ATA DA SEXAGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 06-8-2007.
Aos seis dias do mês de
agosto do ano de dois mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores
Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Dr. Raul,
Elias Vidal, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio
Dib e Luiz Braz e pelas Vereadoras Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela
Meneghetti e Neuza Canabarro. Constatada a existência de quórum, a Senhora
Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram
os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini,
Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães, João Carlos Nedel, José Ismael
Heinen, Marcelo Danéris, Márcio Bins Ely, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela
Maffei, Nereu D’Avila, Newton Braga Rosa, Professor Garcia, Sebastião Melo,
Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador
Guilherme Barbosa, o Projeto de Lei do Legislativo nº 169/07 (Processo nº
5041/07); pelo Vereador João Carlos Nedel, o Projeto de Lei do Legislativo nº
146/07 (Processo nº 4658/07); pelo Vereador Marcelo Danéris, o Pedido de Informação
nº 119/07 (Processo nº 5350/07); pela Vereadora Maria Luiza, o Projeto de Lei
do Legislativo nº 127/07 (Processo nº 4283/07). Também, foi apregoado o Ofício
nº 799/07, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando Veto
Total ao Projeto de Lei do Legislativo nº 095/06 (Processo nº 2283/06). Do EXPEDIENTE,
constaram os Ofícios nos 068, 082, 172, 3371, 3807 e 8304/07, do
Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. A seguir, a Senhora Presidenta
concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Rejane Bueno da Silva
Milanesi, Diretora-Secretária da Fundação Brasileira da Síndrome do X-Frágil,
que discorreu acerca de problemas enfrentados por portadores da Síndrome do
X-Frágil, salientando as dificuldades de diagnóstico e o alto grau de
incidência dessa doença na população brasileira. Nesse sentido, propugnou pelo
apoio dos Senhores Vereadores à inclusão, no rol de serviços prestados pelo
Sistema Único de Saúde, do exame de ácido desoxirribonucléico, necessário ao
diagnóstico da Síndrome do X-Frágil. Na oportunidade, nos termos do artigo 206
do Regimento, os Vereadores Aldacir Oliboni, Claudio Sebenelo, Dr. Raul, José
Ismael Heinen e João Antonio Dib e as Vereadoras Neuza Canabarro e Maria Luiza
manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às
quatorze horas e quarenta e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e sete minutos,
constatada a existência de quórum. Em GRANDE EXPEDIENTE, a Vereadora Neuza
Canabarro pronunciou-se sobre a revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento
Urbano Ambiental de Porto Alegre – PDDUA –, salientando que essa Lei, apesar de
ser considerada uma das melhores do gênero no Brasil, não é efetivamente
aplicada. Ainda, elogiou a realização de Audiências Públicas por este
Legislativo sobre o tema, considerando-as importantes por permitirem que os
Vereadores tomem ciência dos anseios da população a respeito da organização da
Cidade. O Vereador Carlos Todeschini formulou questionamentos em relação ao
projeto e à execução das obras do Conduto Forçado Álvaro Chaves, referindo-se a
sindicância que está sendo instaurada pelo Executivo Municipal sobre esse empreendimento.
Em relação ao assunto, teceu considerações acerca de critérios técnicos
utilizados na construção desse Conduto, alegando que práticas corriqueiras
nesse tipo de obra não foram adotadas pela Prefeitura Municipal. Em COMUNICAÇÕES,
o Vereador Luiz Braz salientou que, apesar de ter sido iniciada a discussão da
revisão do PDDUA nesta Casa, esse processo está prejudicado pelo fato de o
Projeto que altera essa Lei não ter sido encaminhado, ainda, a este
Legislativo. Nesse sentido, argumentou que, em decorrência de o envio dessa
proposição à Câmara Municipal de Porto Alegre estar atrasado, não deveriam ser
realizadas nesse momento Audiências Públicas sobre o tema. A Vereadora Neuza
Canabarro procedeu à leitura de notícia sobre a transposição para o subterrâneo
da rede de energia elétrica da Rua Borges de Medeiros, no Município de Gramado,
elogiando essa medida e sublinhando que essa alteração proporciona uma
diminuição considerável da poluição visual naquela cidade. Nesse contexto, mencionou
proposição de sua autoria, em tramitação nesta Casa, que prevê medida
semelhante para ser implantada em Porto Alegre. O Vereador Dr. Raul relatou sua
participação no II Fórum Estadual de Planejamento Familiar, realizado nos dias
dois e três de agosto do corrente, apresentando a discussão realizada nesse
evento, acerca de ações governamentais voltadas para o desenvolvimento dessa
área no Rio Grande do Sul. Também, convidou todos para Audiência Pública
promovida pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente, a ser realizada amanhã, sobre
possíveis impactos da futura ampliação da pista do Aeroporto Internacional
Salgado Filho. O
Vereador Carlos Comassetto registrou
seu protesto pelo lançamento, no dia
seis de agosto de mil novecentos e quarenta e cinco, da bomba atômica sobre a cidade de Hiroshima,
no Japão, durante a Segunda Guerra Mundial. Também, cobrou promessa da
Prefeitura Municipal, de construir um
Posto de Saúde ao lado da Escola Municipal de Ensino Fundamental
Chapéu do Sol e apontou a necessidade de melhorias no transporte público da região do Extremo
Sul da Cidade. Na oportunidade, a Vereadora Sofia Cavedon formulou
Requerimento verbal, solicitando que este Legislativo se pronuncie relativamente à
aplicação da Lei Municipal nº 9.947/06, que prioriza a compra de
hortifrutigranjeiros provenientes da agricultura familiar para complementar a
refeição nas escolas municipais de Porto Alegre, tendo a Senhora
Presidenta determinado que o referido Requerimento fosse formulado por escrito.
Ainda,
por solicitação dos Vereadores José Ismael Heinen e Dr. Raul, foi realizado um
minuto de silêncio em homenagem póstuma, respectivamente, ao Soldado Rodrigo da
Rocha Klein, falecido no dia dois de agosto do corrente, e ao Senhor Arnoldi
Boeni Neto, falecido no dia três de agosto do corrente. Após, a Senhora Presidenta registrou a
presença, neste Plenário, de alunos e das Professoras Ana Maria Machado, Theany
Carvalho Bom e Tavana Nunes Santos, da Escola Municipal de Ensino Fundamental
Chapéu do Sol, que comparecem à Câmara Municipal de Porto Alegre para
participar do Projeto Plenária do Estudante, coordenado pelo Memorial desta Casa. Em PAUTA,
Discussão Preliminar, 1a Sessão, estiveram: os Projetos de Lei
Complementar do Legislativo nos 013 e 015/07, este discutido pelos
Vereadores João Antonio Dib, Margarete Moraes e Guilherme Barbosa, o Substitutivo
nº 01 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 005/07, discutido pelos
Vereadores Margarete Moraes, Guilherme Barbosa e Sofia Cavedon, os Projetos de
Lei do Legislativo nos 165 e 089/07, este discutido pelos Vereadores
Adeli Sell, João Antonio Dib e Guilherme Barbosa, e 123/07, discutido pelo
Vereador João Antonio Dib, os Projetos de Resolução nos 054 e
053/07, este discutido pelo Vereador João Antonio Dib, 055 e 066/07, discutidos
pela Vereadora Margarete Moraes. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib aludiu à possível retirada do busto de Rui Barbosa das
dependências do Senado Federal e comentou a integridade ética dos atuais
governantes brasileiros, traçando
um paralelo entre as críticas efetuadas à época em que Rui Barbosa exerceu o
cargo de Senador e as notícias veiculadas hoje em dia na mídia, a respeito da
malversação de verbas públicas envolvendo membros do Governo Federal. O
Vereador Adeli Sell reportou-se
à matéria publicada no jornal Zero Hora do dia três de agosto do corrente,
sobre pesquisa realizada no Centro, e afirmou
que os serviços públicos de Porto Alegre apresentam qualidade inferior ao nível
mínimo aceitável. Sobre o tema, apontou
deficiências na manutenção e fiscalização das vias públicas do Município e questionou perturbações da ordem
pública, que estariam acontecendo no Bairro Cidade Baixa. O Vereador José
Ismael Heinen expressou seus pêsames
aos familiares do Soldado Rodrigo da Rocha Klein, membro da Missão das Nações
Unidas para a Estabilização do Haiti, lembrando outros militares
brasileiros que morreram servindo em países estrangeiros. Também, saudou o Senhor Nelson Azevedo
Jobim por ter assumido o cargo de Ministro da Defesa, relatando problemas que
atingem as Forças Armadas e que deverão ser enfrentados por Sua Excelência.
O Vereador Claudio Sebenelo contestou as políticas públicas federais para o
tratamento da saúde mental, ressaltando
que, no Rio Grande do Sul, foram fechados oitocentos leitos psiquiátricos
e argumentando que os avanços no tratamento químico dos distúrbios psíquicos
não substitui a internação hospitalar. Dessa maneira, convidou os presentes a
participarem da Audiência Pública para discutir a diminuição de leitos, a ser
realizada no dia quatorze de agosto do corrente, na sala da Comissão de Saúde e
Meio Ambiente. O Vereador Alceu Brasinha teceu considerações acerca dos prejuízos a moradores e
comerciantes causados pela paralisação das obras de ampliação da Avenida Baltazar
de Oliveira Garcia. Sobre o tema,
informou ter sido programada uma
audiência de Vereadores desta Câmara com a Governadora Yeda Crusius, dia vinte
e sete de agosto do corrente, para debater o assunto e buscar meios que viabilizem
a liberação das verbas necessárias à conclusão desse empreendimento. O Vereador
Sebastião Melo comentou o
pronunciamento do Vereador Alceu Brasinha, em Comunicação de Líder, relativo à
Avenida Baltazar de Oliveira Garcia. Ainda,
elogiou a promoção, por esta Câmara, de Audiências Públicas tendo como
tema o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental, propugnando por uma discussão
aprofundada dessa legislação com os Senhores Vereadores e os diferentes grupos
sociais que compõem a comunidade porto-alegrense. A Vereadora Clênia Maranhão esclareceu questionamentos quanto ao
Conduto Forçado Álvaro Chaves, formulados pelo Vereador Carlos Todeschini, em
Comunicações, afirmando que essa
obra foi licitada e contratada na época em que o Partido dos Trabalhadores
dirigia a Prefeitura Municipal. Além
disso, aludiu à Audiência Pública realizada nesta Casa no dia três de
agosto do corrente, acerca do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental
de Porto Alegre. O Vereador Márcio Bins Ely discorreu sobre a explosão de uma aeronave da TAM, ocorrida no
Aeroporto Internacional de Congonhas, no dia dezessete de julho deste ano, analisando causas prováveis desse
acidente e avaliando a forma
como o assunto é abordado pelos veículos de comunicação e pelos órgãos responsáveis
pelo tráfego aéreo no País. Finalizando,
manifestou-se quanto ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº
006/07, referente
ao transporte de valores no Município. A
Vereadora Maristela Maffei criticou
os Governos Estadual e Municipal, classificando
como calamitosa a realidade vivenciada quotidianamente pelos porto-alegrenses. Nesse sentido, afirmou que o quadro
que se observa é de precariedade e falta de qualidade nos serviços públicos a
que tem acesso a população, com atrasos e paralisações em obras e programas
desenvolvidos, destacando
questões atinentes às políticas de combate à violência e de manutenção de vias
da Cidade. A seguir, o Vereador Carlos Todeschini formulou Requerimento verbal,
solicitando documentação referente a reuniões ocorridas na Cidade entre representantes
do Governo Municipal e do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID –, para debates acerca das obras de
construção do Conduto Forçado Álvaro Chaves, tendo a Senhora Presidenta
determinado que o referido Requerimento fosse formulado por escrito. A seguir,
constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal, formulado pela Vereadora
Maria Celeste, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria
constante na Ordem do Dia, nos termos estabelecidos em reunião da Mesa Diretora
com o Colégio de Líderes. Em Votação, esteve o Requerimento s/nº
(Processo nº 2653/07), de autoria da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos
Humanos e Segurança Urbana, indicando as funcionárias Fernanda Kerbes, como
Titular, e Terezinha Marquez, como Suplente, na representação deste Legislativo
junto ao Conselho Municipal de Defesa da Criança e do Adolescente, o qual teve
sua votação adiada por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria do
Vereador Claudio Sebenelo. Na oportunidade, os Vereador João Antonio Dib
manifestou-se acerca do Requerimento acima referido, da Comissão de Defesa do
Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana. Em Votação, esteve o
Requerimento nº 067/06, o qual teve sua votação adiada por uma Sessão, a
Requerimento, aprovado, da Vereadora Clênia Maranhão. Em Discussão Geral, 3ª
Sessão, esteve o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 008/05, o qual, após ser
discutido pelos Vereadores Luiz Braz, Sebastião Melo, Clênia Maranhão, João
Antonio Dib, Sofia Cavedon, Elói Guimarães e Marcelo Danéris, teve sua
discussão adiada por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, do Vereador Luiz
Braz. Durante a apreciação do Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 008/05, o Vereador
Alceu Brasinha e a Vereadora Margarete Moraes cederam seus tempos de discussão,
respectivamente, aos Vereadores Elói Guimarães e Marcelo Danéris. Também, em
face de Questões de Ordem formuladas pelos Vereadores Marcelo Danéris e Nereu
D’Avila, a Senhora Presidenta prestou esclarecimentos acerca da tramitação e da
possibilidade de apresentação de Emendas ao Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº
008/05. Ainda, foram apregoadas as Emendas no 01, de autoria do Vereador Luiz Braz,
Líder da Bancada do PSDB, e nº 02, de autoria do Vereador João Antonio Dib,
Líder da Bancada do PP, subscrita pelo Vereador Elói Guimarães, ao Projeto de
Emenda à Lei Orgânica nº 008/05 (Processo nº 2287/05). Em Discussão Geral e
Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 212/05, por quatorze votos
SIM e cinco votos NÃO, após ter sido discutido pela Vereadora Sofia Cavedon e
pelos Vereadores Sebastião Melo e Aldacir Oliboni e encaminhado à votação pela
Vereadora Margarete Moraes, em votação nominal solicitada pela Vereadora Maristela
Meneghetti, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos
Comassetto, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Guilherme Barbosa, João Antonio Dib,
José Ismael Heinen, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Luiza, Neuza
Canabarro, Newton Braga Rosa e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Alceu Brasinha,
Elói Guimarães, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel e Sebastião Melo. Durante a
apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 212/05, o Vereador Dr. Raul
cedeu seu tempo de discussão ao Vereador Sebastião Melo. Em Votação, foi votado
o Projeto de Resolução nº 111/05, o qual obteve treze votos SIM, em votação nominal
solicitada pela Vereadora Maristela Meneghetti, tendo votado os Vereadores Adeli
Sell, Alceu Brasinha, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Guilherme
Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Margarete Moraes, Maria Luiza,
Maristela Meneghetti, Neuza Canabarro e Sofia Cavedon, votação esta declarada nula pela Senhora
Presidenta, em face da inexistência de quórum deliberativo. Na ocasião, o
Vereador João Antonio Dib formulou Requerimento verbal, deferido pela Senhora
Presidenta, solicitando a leitura dos nomes dos Senhores Vereadores que
participaram da votação do Projeto de Resolução nº 111/05. Também, o Vereador
Mario Fraga registrou que, mesmo estando presente nesta Sessão, não conseguiu
participar da votação do Projeto de Resolução nº 111/05. Às dezoito horas e
trinta e três minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, a
Senhora Presidenta declarou encerrados
os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária
da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelas
Vereadoras Maria Celeste e Maristela Meneghetti e secretariados pelos Vereadores
Alceu Brasinha e Aldacir Oliboni. Do que eu, Alceu Brasinha, 1º Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída e aprovada, será
assinada por mim e pela Senhora Presidenta.
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Passamos à
A Srª Rejane Bueno da Silva Milanesi, Diretora-Secretária,
representando a Fundação Brasileira da Síndrome do X-Frágil, está com a
palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos, para tratar de assunto relativo à
síndrome.
A SRA. REJANE BUENO DA SILVA MILANESI: Boa-tarde, Exma Verª
Maristela Meneghetti, Presidenta desta Casa, e demais Vereadores e Vereadoras.
Estou aqui representando a Fundação Brasileira da Síndrome do X-Frágil,
entidade sem fins lucrativos, fundada em 22 de setembro de 1999, constituída
por pais e familiares de portadores da Síndrome do X-Frágil em Porto Alegre.
Essa Fundação foi criada a partir da necessidade de
cada um de nós, pais, portadores e amigos, por termos uma caminhada muito
difícil com nossos filhos, no sentido de dificuldade de diagnóstico, porque é
uma síndrome desconhecida, embora não-rara e de incidência bem alta. Nessa
caminhada, quando obtivemos o diagnóstico, resolvemos nos reunir e montar uma
fundação, para que pudéssemos congregar famílias, amigos e portadores para,
então, termos o diagnóstico de outras pessoas e fazermos uma caminhada muito
mais adequada.
Essa Fundação tem a missão importante - é essa que
me traz aqui - de informar sobre essa síndrome a vocês, aos médicos, aos
profissionais da Saúde, à população aberta em geral. Nós temos o objetivo de
localizar as famílias atingidas, prestando-lhes apoio, orientação sobre
diagnóstico, tratamento, além de captar recursos para atendimento a famílias
carentes, oferecendo também aconselhamento genético a todos.
Eu vou falar um pouco da síndrome. Embora o tempo seja
curto, eu tentarei ser o mais breve possível. É uma síndrome genética,
hereditária, e é a segunda causa de deficiência mental. A primeira é a Síndrome
de Down, que não é hereditária.
A Síndrome do X-Frágil é uma síndrome que causa
retardo mental e comprometimentos comportamentais, é causada por uma anomalia
no cromossomo X, no qual uma proteína falta ou está baixa. A síndrome causa
questões clínicas, físicas, como alongamento de face, céu da boca mais alto,
orelhas de abano, testículos aumentados na adolescência, mas são sinais físicos
que, às vezes, nós olhamos e não reconhecemos como a síndrome, porque ela não
está estampada no rosto como outras síndromes.
O que nos leva aos médicos é justamente a questão
cognitiva e comportamental, porque há um atraso neuropsicomotor, porque essa
síndrome apresenta uma hipotonia geral, causando dificuldades, atrasos no
caminhar, no engatinhar. A fala também apresenta um atraso significativo,
porque eles têm uma fala repetitiva, com pouca coerência; têm também um comportamento
emocional muito importante, como irritabilidade e dificuldade na questão do
humor muito séria. Eles têm movimentos de mãos, quando pequenos e, às vezes,
quando maiores, na adolescência, têm hiperatividade, déficit de atenção,
sintomas esses muitas vezes ligados a outras síndromes, até como o autismo. Por
eles terem dificuldade em manter o olhar com o outro e não conseguirem
estabelecer uma comunicação mais adequada, por terem dificuldade de
socialização, eles ficam ligados ao diagnóstico de autismo, mas a dificuldade
no olhar, a dificuldade de toque não querem dizer que eles não estejam
“ligados”, não estejam entendendo, observando-nos e atentos em nós; é apenas
uma dificuldade no olhar, de manter o olho no olho. Como esse diagnóstico só é
comprovado via exame de DNA, porque, clinicamente, há sintomas que ficam
misturados com os de outras síndromes, é importante - e esse é o caminho da
Fundação - que a gente possa ir atrás desses exames.
Em 1990, com o mapeamento do gene e a descoberta da
proteína que falta, foi criado então o exame molecular, hoje em dia, via SUS,
para meninos - o Clínicas faz -, mas, para meninas, só particular e em São
Paulo, que é remetido daqui para lá, e esse é o maior problema, por quê? Como
ele é uma fragilidade no X e dá mais em homens, porque as mulheres têm dois X,
então o outro X compensa, o outro X tem a proteína, e os homens não; eles têm
um X só, e, uma vez que são portadores, eles passam a síndrome para todas as
suas filhas de forma silenciosa, porque esse homem portador às vezes não tem
sintoma nenhum, e aí as suas filhas serão portadoras e, conseqüentemente, essa
é uma síndrome que, no passar de gerações e gerações, tem aumentada a sua
expansão, formando a mutação completa, e eles se tornam afetados.
Então a incidência em homens e meninos é a
seguinte: para cada 1.250 meninos, um tem X-Frágil; e para cada 2.500 mulheres,
uma tem X-Frágil. E o mais sério ainda é que, em cada 300 mulheres, uma é
portadora. Então, aí vocês podem ver a forma silenciosa que ela é passada. Como
ela é uma síndrome hereditária, esse é um dado importantíssimo, pois, uma vez
que temos esses dados clínicos de comportamento e questões de deficiência
mental, a gente recorre à história familiar, mas nós temos um problema sério,
porque muitos médicos não conhecem essa síndrome, os professores também não
conhecem e têm dentro de sua sala esse tipo de aluno.
O que nos faz estar aqui é pensar que a gente tem
que conseguir, dentro do SUS, esse exame para mulheres como uma forma
preventiva de termos outras crianças com essa síndrome. E hoje só se tem esse
exame em nível particular, em São Paulo. Então, a gente quer contar com o apoio
de todos vocês, no sentido de que a gente possa incluir esse exame, para que a
gente também possa, como Fundação, saber para quem encaminhar e para onde
encaminhar, porque a nós chegam muitas famílias carentes sem saber o que fazer
com os seus filhos, e nós também, da Fundação, precisamos atender essas
famílias com encaminhamentos de atendimentos, com projetos de socialização.
Hoje, a nossa Sede fica situada
na antiga Escola São Manoel - escola salesiana -, que é um espaço em que
existem várias ONGs com a função da ressocialização; e nós estamos ali, porque
esse é um dos nossos objetivos.
Então
pensamos que temos de criar projetos, nos quais os adolescentes possam estar
inseridos no mercado de trabalho, possam participar de oficinas
profissionalizantes, possam, enfim, ser cidadãos, possam olhar para eles mesmos
e acreditar que podem, sim, que eles não são uma síndrome, mas são sujeitos.
Então, para isso, é claro, precisamos de recursos financeiros.
Nós
estamos em uma batalha há oito anos, tentando conseguir o registro para obter
essas verbas, para podermos levar adiante os nossos projetos; e não está sendo
fácil conseguir isso. Para isso também pedimos a ajuda de vocês.
Eu
tenho um minuto, e é difícil falar de tudo isso neste breve tempo. Mas, enfim,
quero agradecer ao Ver. Aldacir Oliboni, porque ele está em uma parceria
conosco para criar a Semana de Conscientização da Síndrome do X-Frágil, que é
um espaço em que podemos falar mais para a população e pensarmos em outros
encaminhamentos mais adequados.
Eu
agradeço a todos pela atenção e aos meus amigos que lá estão sentados.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada.
Convido,
por gentileza, a Srª Rejane a ocupar um lugar à Mesa.
O
Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre
Presidente, Verª Maristela Meneghetti; nossa convidada especial de hoje, que
representa a Fundação da Síndrome do X-Frágil, Rejane Bueno da Silva Milanesi;
demais diretores que estão aqui presentes no plenário; senhoras e senhores,
realmente Vossa Senhoria nos trouxe dados muito importantes que poucos Vereadores
sabiam, muitos médicos não sabem. Isso nos preocupa na medida em que nós
ficamos discutindo, às vezes, novos programas de saúde, e existem milhares de
crianças que estão com essa síndrome, e, na verdade, não se sabe, porque não se
faz o diagnóstico.
Eu
creio que a vinda de vocês aqui nos alerta para esse problema. Nós,
recentemente, aqui na Câmara, votamos vários Projetos da área da Saúde; um
deles é o Teste do Olhinho, do qual nós não sabíamos a importância que tinha.
Agora tu trazes outro assunto que, para nós, é de extrema relevância; tenho
certeza de que a Casa será sensível a isso, não só instituiremos a Semana
Municipal de Conscientização aos Portadores da Síndrome do X-Frágil como também
o Dia Municipal, que é o dia 22 de setembro. Creio que não é só isso: vamos
buscar aqui, através dos Vereadores e Vereadoras, encaminhar uma Moção ao
Ministério da Saúde, para que esse exame possa ser incluído na tabela do SUS.
Parabéns a ti, parabéns à Instituição, em nome da Bancada do Partido dos
Trabalhadores.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Rejane,
eu falo aqui também em nome do Ver. Luiz Braz, meu Líder da Bancada do PSDB,
que teve a delicadeza de me ceder a oportunidade de me manifestar, e eu tenho a
honra de falar da nossa emoção, e emoção é uma coisa muito contagiosa. E eu sou
muito ligado ao trabalho com pacientes com Síndrome de Down, pacientes
encefalopatas e pacientes chamados “especiais”. Acho que os pacientes
portadores de X-Frágil, indiscutivelmente, são pacientes especiais. Apesar de
haver um desconhecimento generalizado dessa síndrome, inclusive na área médica,
pela importância que adquirem essas novas formas que a Genética, à medida que
progride, vai esclarecendo - as aberrações de DNA, dos genes e dos cromossomos
-, nós vamos tendo notícia de que, quem sabe, nós possamos, mais tarde, além do
diagnóstico, tratar preventivamente, com conhecimento genético, essa afecção
que, indiscutivelmente, pode causar erros metabólicos, ser de alta gravidade e
ser também uma raridade. Mas isso não é tão raro assim quanto se pensava; os
dados estatísticos, às vezes, chegam a nos assustar. Acho que essa luta não
pode ser exclusivamente da Fundação, mas, principalmente, tem que ser da
sociedade inteira, em busca não só da solução, mas da minimização dos problemas
daqueles que já têm o diagnóstico e, principalmente, daqueles que já têm a sua
esperança diminuída. Meus parabéns pela coragem.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Dr. Raul está com a palavra, nos termos do art. 206
do Regimento.
O
SR. DR. RAUL: Exma Srª Verª Maristela Meneghetti; Srª
Rejane Bueno da Silva Milanesi, Diretora e Secretária da Fundação Brasileira da
Síndrome do X-Frágil, eu falo em nome da PMDB, dos Vereadores Bernardino
Vendruscolo, Haroldo de Souza, Sebastião Melo, e também em meu nome, como
médico, dizendo que, realmente, a gente tem que estar ligado a essas questões.
Quem de nós não tem, na nossa família, próximo, alguém que apresente algum tipo
de deficiência mental, seja ela genética ou adquirida? Quanto à Síndrome do
X-Frágil, eu, como médico, tenho que reconhecer: muito pouco ouvi falar disso
nos meus quase 30 anos de medicina, e é uma questão que tem que ser muito
divulgada. Essa questão da prevenção é fundamental, porque, se nós não temos um
tratamento muito efetivo, nós temos que, pelo menos, identificar o problema,
trabalhar a genética na sua profundidade, e, nestes últimos anos, vêm
acontecendo avanços importantes, e eu quero deixar o nosso apoio e a nossa
solidariedade, principalmente aos portadores da Síndrome do X-Frágil e a todo
esse trabalho de vocês, no sentido de fazer com que nós possamos ter os exames
aqui em Porto Alegre, pelo SUS, porque a gente sabe do seu custo. Tenham em
nós, aqui, amigos apoiadores; podem, com certeza, contar conosco para
transformar isso em uma realidade de maneira mais breve. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª Presidenta dos trabalhos, colega
Verª Maristela Meneghetti; quero cumprimentar a Srª Rejane Bueno da Silva
Milanesi, Diretora e Secretária da Fundação Brasileira da Síndrome do X-Frágil;
quero parabenizar esse grupo de abnegados idealistas que nos trazem essa
novidade; não é uma novidade auspiciosa, mas é uma novidade que nos conforta,
porque nós podemos progredir um pouco mais na defesa da vida e, principalmente,
na defesa da solidariedade - tão necessária nos dias de hoje.
Eu
quero colocar o Democratas à disposição também desse grupo, dessa Fundação, e
dizer o quanto nos honra ter gente vindo a esta Câmara ajudar a
representatividade do povo desta Cidade com relação aos seus problemas. Parabéns, sucesso
continuado, contem conosco. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta
dos trabalhos, Verª Maristela Meneghetti; cara Srª Rejane Bueno da Silva
Milanesi, Diretora-Secretária da Fundação Brasileira da Síndrome do X-Frágil, “X
o quê?” é o volante distribuído aos Vereadores. Eu acho que ele está muito bem
redigido e dá a cada um dos Vereadores a responsabilidade de conscientizar
muito mais pessoas em torno de uma síndrome que é praticamente desconhecida. Eu
mesmo tenho dois filhos médicos e perguntei o que era X-Frágil. Penso que nós
precisamos mostrar para a população porto-alegrense, em especial - e temos essa
responsabilidade, já que nós representamos todos os porto-alegrenses -, aonde
formos, em qualquer momento, o que é o X-Frágil, quais os sintomas que podem
ser observados, que possibilidades têm as pessoas mais carentes de levar os
seus filhos para atendimento, enfim, está tudo aqui neste pequeno volante “X o
quê?”. Nós temos consciência agora de que temos de propagá-lo, que temos de
informar a população e temos que, em todas as oportunidades, lembrar do que
aqui está escrito.
Eu desejo que a Fundação tenha sucesso na sua
caminhada, porque é importante cuidar das nossas crianças e dos nossos adultos
também. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): A Verª Neuza
Canabarro está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. NEUZA CANABARRO: Srª Rejane
Bueno da Silva Milanesi, Diretora e Secretária da Fundação Brasileira da
Síndrome X-Frágil, em nome da Bancada do PDT - Ver. Mario Fraga, Ver. Nereu
D’Avila, Ver. Márcio Bins Ely, Ervino Besson e esta Vereadora -, quero lhe
dizer que nós, com muita humildade, confessamos a nossa ignorância; não
conhecíamos essa Síndrome. Eu também fiquei como o Ver. João Antonio Dib - “X o
quê?” - e fui ler imediatamente o folheto.
Nós, desde já, vemos que existem pessoas que estão
debruçadas sobre essa necessidade de atendimento ao deficiente, e, com certeza,
a senhora conseguiu, com a sua presença, 36 Vereadores que estarão já, pelos
sintomas, procurando identificar essa moléstia. Parabéns! Que coisa boa que nós
temos, para as futuras gerações, gente voltada às deficiências que existem, aos
cuidados, à prevenção, e isso, com certeza, tem que ser muito, muito mais
divulgado. Imaginem que nós aqui desconhecíamos essa Síndrome, pois mesmo os
médicos não têm esta familiaridade. Parabéns.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): A Verª Maria
Luiza está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. MARIA LUIZA: Boa-tarde. Ao cumprimentar a nossa coordenadora dos
trabalhos, Presidenta Maristela Meneghetti, cumprimento todos os presentes,
Vereadores, Vereadoras, público que está nas galerias; a Rejane, pela sua fala,
representando aqui a Fundação, que traz as suas preocupações.
Reconheço aqui que eu não tinha conhecimento, e o
caminho é este, é você vir aqui na Casa divulgando o trabalho, pedindo o apoio
dos nossos Vereadores, e não tenho dúvida de que a Câmara já está engajada
nesse movimento. Parabenizo também esse grupo de pais e de profissionais que
teve a preocupação, há quase oito anos, de iniciar essa Fundação. Vocês
sinalizam, acima de tudo, o trabalho que, no meu entendimento, é o principal.
No Brasil, nós precisamos nos conscientizar de que devemos trabalhar na linha
da prevenção. Esse é o melhor caminho. São inúmeras as famílias, garanto, que
precisam e que não têm informação. Agrego-me, aqui, a essa caminhada de vocês.
Contem com toda a Bancada do PTB. Estamos juntos com vocês. Parabéns a todos.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada,
Verª Maria Luiza.
Reiteramos, então, os cumprimentos à Srª Rejane
Bueno da Silva Milanesi e à Fundação Brasileira da Síndrome do X-Frágil,
parabenizando-a pelo trabalho e colocando sempre esta Casa à sua disposição.
Muito obrigada.
Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h45min.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti - 14h47min): Estão reabertos os trabalhos.
Passamos
ao
A
Verª Neuza Canabarro está com a palavra em Grande Expediente.
A
SRA. NEUZA CANABARRO: Exma Srª Verª Maristela Meneghetti, na
presidência dos trabalhos neste momento; Sras. Vereadoras; Srs. Vereadores;
senhoras e senhores presentes nesta tarde, ocupo o espaço do Grande Expediente
para falar sobre Plano Diretor. É um assunto que já está sendo muito falado em
Porto Alegre, até em determinados
locais, mesmo sem ter uma visão clara das responsabilidades.
Hoje,
pela manhã, nós fomos surpreendidos com uma grande manchete: “Plano Diretor
chega ao final.” E, realmente, ele não chega ao final; nós vamos fazer a
revisão do Plano Diretor quando esta Casa receber do Executivo uma proposta de
avaliação, de readequação do Plano Diretor que está vigendo, e, para isso, se
faz necessário, Ver. João Antonio Dib, que se tenha um profundo conhecimento do
que tivemos de desvio, do que não foi operacionalizado, e nós estamos sentindo,
Ver. João Antonio Dib, a necessidade de conhecimento da avaliação. Por exemplo,
nós participamos, no Ginásio Tesourinha, da última reunião do Plano Diretor
proporcionada pelo Executivo Municipal. Assistimos, nesse final de semana, na
sexta-feira, aqui no Plenário Otávio Rocha, e no sábado pela manhã, no Humaitá,
de iniciativa da Mesa Diretora, metodologias diferenciadas, mas em nenhuma
delas nós tivemos a oportunidade de avaliar. O que verificamos é que o Plano
Diretor que está vigendo, em determinadas áreas, foi superestimado, por exemplo:
em 2010, havia uma previsão de quatro milhões de habitantes; para 2020, dez
milhões de habitantes. Nós estamos em 2007 e não ultrapassamos 1 milhão e 500
mil habitantes.
Por
outro lado, vemos que o Plano Diretor de Porto Alegre, assim como está, é considerado
tecnicamente como um dos melhores do Brasil, só com um senão: a falta de
regulamentação, ou a falta de ação. Ou seja, ele não é utilizado como
instrumento de trabalho; ele é um documento de gaveta, é um documento para
constar quando solicitado; quer dizer, há um norte, há uma orientação ou não.
Então,
esse é um primeiro aspecto de uma avaliação técnica do que está sendo feito. Eu
diria que, como participante da Mesa Diretora, tenho responsabilidade pela
proposta apresentada, mas é muito gratificante ver que essa proposta está tendo
um retorno. Nós ainda não recebemos o documento.
Verª
Maria Luiza, que esteve presente no sábado, que aqui esteve na sexta-feira à
noite, o que nós vimos é que cada pessoa, cada Liderança, coloca o seu enfoque.
Nós temos, por exemplo, uma entidade preocupada com a Radial Anita; outra
preocupada com as ilhas; outra, com a situação fundiária. Cada um tem o seu
mote, mas nós temos a obrigação de ter a visão, o conhecimento e o domínio de
todo o Plano Diretor.
Por
essa razão, Vereadores, eu considero que nós devemos mergulhar nessas
audiências não para ouvir, mas, mais do que isso, para aprender o que a
população está querendo.
O
Sr. Carlos Comassetto: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Eu queria cumprimentá-la,
Verª Neuza, pelo seu pronunciamento e também por Vossa Excelência, como uma das
integrantes da Mesa desta Casa, ter tomado essa iniciativa. Ficou claro e
evidente, em todos os pronunciamentos, que a carência pelo debate e compreensão
do objeto, que, neste momento, é a reestruturação ou reavaliação do Plano
Diretor, é uma realidade na sociedade. Portanto, o Plano está vindo para esta
Casa com uma grande carência de elaboração e compreensão do que significa a sua
potencialidade. Muito obrigado.
A
SRA. NEUZA CANABARRO: Eu
agradeço o aparte do Ver. Carlos Comassetto. Quero dizer, como Vereadora, que
eu tenho procurado, até por orientação da nossa Bancada, o Líder da nossa
Bancada, Ver. Nereu D’Avila, que me dizia que devemos estar isentos. Nós não
podemos ter compromisso de nenhum lado para poder analisar e julgar, pois está
em nossas mãos a responsabilidade por uma lei que é da máxima importância.
Quando nós vemos a questão do meio ambiente, o que foi feito, o que não foi
feito, não podemos achar que, com uma lei, se podem resolver os problemas.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Verª Neuza Canabarro,
eu quero cumprimentá-la - o discurso é excelente - e dizer apenas que é
importante aquilo que foi alertado por Vossa Excelência: isenção. Isso todos
nós temos, porque nós representamos toda a Porto Alegre. Obrigado.
A
SRA. NEUZA CANABARRO: Eu
agradeço, Ver. João Antonio Dib. Por essa razão, coloco a importância de nós
participarmos.
Eu
faço um apelo, Ver. Ervino Besson, V. Exª que é parceiro, que sempre está
presente: veja bem, é a grande oportunidade de nós todos, os 36 Vereadores,
ouvirmos a comunidade. É lógico que cada um vai procurar enfocar o seu
problema, vai procurar sensibilizar os Vereadores, mas nós temos essa
tranqüilidade, porque a proposta que vem pelo Executivo será analisada à luz
das necessidades da população, e cabe a nós, Câmara de Vereadores, no início do
trabalho de revisão do Plano Diretor, em conjunto, procurarmos o melhor. É um
desafio para nós, sim, um grande desafio. É preciso ter equilíbrio e dosar as
mudanças necessárias para atender o crescimento da Cidade, com as
possibilidades de infra-estrutura e preservação ambiental; ocupações de espaços para
construções e instalações de grandes empreendimentos econômicos; transportes;
abastecimento de água; escoamento de esgotos; moradia para todos; áreas de
parques e praças; preservação ambiental; locais de risco; áreas de interesse
cultural e melhores condições de vida para os mais pobres. Esses e outros temas
devem ter políticas definidas pelo Plano Diretor.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Neuza, também quero parabenizá-la
pelo seu pronunciamento; V. Exª, que sei, é uma grande estudiosa. Nós, conforme
V. Exª já citou da tribuna, entre os 36 Vereadores e Vereadoras, estudaremos um
Plano Diretor que venha ao encontro daquilo que a cidade de Porto Alegre
espera. Parabéns!
A SRA. NEUZA CANABARRO: Muito
obrigada, Vereador. As Audiências Públicas promovidas pela Câmara Municipal, na
sexta-feira e no sábado, são oportunidades de participação, que deve ser
incentivada, numa demonstração saudável de democracia. Cada grupo apresentou
seus interesses, desde os empresários até as minorias, e todas as manifestações
convergiam para um ponto: a melhoria da qualidade de vida da população. Por
essa razão, gostaríamos de deixar aqui o cronograma das audiências públicas,
para que fosse incluído na agenda dos nossos Vereadores: dia 17 de agosto, às
19h, no Auditório da FAPA; dia 18, na Descendência Farrapa, na Av. Cavalhada;
dia 24, na Lomba do Pinheiro, às 19h, no Ginásio de Esportes da Av. João de
Oliveira Remião, parada 13; dia 25, pela manhã, na Escola de Samba União da
Tinga, na Restinga; dia 30, no Centro Vida. Fica o convite aos Vereadores, que
tenho a certeza de que vão sair com um conhecimento muito maior e com outro
entendimento. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do
Ver. Newton Braga Rosa.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Srª
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras;
assistentes do Canal 16; público presente; Ver. João Dib, Líder da Bancada do
PP; Ver. Newton Braga Rosa - a quem agradeço pela oportunidade de me
proporcionarem este debate -, o assunto que quero trazer, Ver. João Dib, a esta
tribuna, porque é da mais alta importância para a Cidade, é sobre como devemos
fiscalizar. Questionar, então, é o que vamos fazer aqui em relação ao fato de o
Executivo Municipal estar instaurando uma sindicância sobre o Proc. nº
01.05427606.3, relativa aos fatos tocantes ao Projeto e execução do Conduto
Forçado Álvaro Chaves.
O Governo Municipal instaurou e está realizando uma
sindicância, conforme essas referências de registro, e levanta uma série de
questões que quero elencar e fazer os registros, os questionamentos, para
fazermos com que este debate seja aberto por esta Casa.
Inicialmente, Ver. João Dib, o Conduto Forçado, que
foi uma obra há muito esperada pela Cidade, uma obra que só se viabilizou
graças à boa, correta e rigorosa execução do Projeto da 3ª Perimetral, porque
ela demandava um volume de recursos de mais de 40 milhões de reais, essa obra
pôde ser incluída com a sobra de recursos pela variação cambial no Programa da
3ª Perimetral.
No
entanto, com o início das obras, uma série de dúvidas são levantadas, o que nos
faz aqui vir realizar os questionamentos. Por exemplo, por que foi mudado o
traçado da obra - o mesmo foi tirado da Marquês do Pombal e jogado na Cristóvão
Colombo -, se o aumento do fluxo de veículos passou da Rua Marquês do Pombal,
de 200 veículos por hora para dois mil veículos por hora, na Av. Cristóvão
Colombo. Por que isso aconteceu?
Outra
pergunta que tem que ser levantada: foi simulado o fluxo hidráulico no novo
traçado? Houve perda de cota com a obra executada nesse novo traçado? Houve
anuência prévia do BID para realizar essa mudança? Foi aditado o contrato? Qual
é o custo da alteração? Até hoje não é sabido, mas sabe-se, Ver. Guilherme, que
ele aumentou em valores expressivos. E, quanto ao impacto, relativamente às
alterações hidráulicas no Canal Tamandaré, que deverá aumentar, estima-se, em
princípio, em 30%. A pergunta é: o DEP aprovou as alterações? E a unidade de
coordenação do projeto também? Houve ordem de execução? São perguntas essas que
eu faço.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado
pela contribuição, Ver. João Dib, sempre sábio, com experiência de ter sido
Diretor de vários órgãos importantes e Prefeito da Cidade. Mas a dúvida é o
seguinte: por que se tirou o traçado de uma obra onde havia um fluxo de 200
veículos por hora para uma avenida que tem um fluxo de dois mil veículos por
hora, ou seja, dez vezes mais? E a pergunta que faço - e quero que o Governo me
responda oficialmente - é sobre quem examinou e quem alterou os traçados. Pelo
menos, ninguém conseguiu me informar sobre quem realizou essas autorizações
para a alteração dos traçados e do Projeto.
O Sr. Marcelo Danéris: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Todeschini, nós dois estamos tratando
sobre esse assunto do Conduto Forçado da Álvaro Chaves e até socializando aqui
com o Ver. João Dib, que também tratou do assunto. É importante que população
saiba que nós estamos preocupados, exatamente porque há notícias de que esse
Projeto do Conduto Álvaro Chaves já foi aditado em mais de 40% sem a
autorização do BID, que está em pleno curso nesse momento, numa sindicância
realizada pela própria Prefeitura, para saber onde está o erro desses 40%
aditados. Na sexta-feira passada, Ver. João Dib, o Coordenador do Projeto, Sr.
Zimermann, anunciou que 95% da obra já estava pronta. No final de semana, no
jornal Zero Hora, esse índice baixou para 80%, dito pelo mesmo Sr. Zimermann;
de 95%, que estava quase concluída, agora mudou para 80%. Caiu em 15% do dia
para noite, simplesmente. Anunciou que vai entregar uma parte em setembro, uma
parte em novembro e outra em dezembro. Tudo isso ao mesmo tempo em que roda uma
sindicância, em que pessoas estão sendo convocadas para a sindicância para
tratar do Conduto Forçado Álvaro Chaves, inclusive com a alteração de traçado.
Então é importante, Ver. Todeschini - tanto eu
quanto V. Exª -, que preparemos aqui - V. Exª já vai anunciar também - todas as
ações que vamos tomar em relação a isso, para garantir a transparência e a
conclusão da obra com a fiscalização do Poder Legislativo.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado pela
sua sempre qualificada contribuição, Ver. Marcelo. É exatamente o papel, o
dever dos Vereadores o de fiscalizar e controlar as ações do Executivo. Mas vou
mais adiante, Ver. João Dib.
Ver. João Dib, V. Exª, que é um engenheiro
competente, já viu obra de drenagem começar de montante para jusante? Ou para
aqueles que não são da área técnica entenderem: pode uma obra começar de cima
para baixo? Pois é, isso está acontecendo no Conduto Forçado, Ver. João Dib. E
quando chegar lá embaixo, a obra poderá causar danos extraordinários, inclusive
acidentes de grandes montas, como V. Exª já conhece, porque foram aprovadas, na
sua época, aquelas edificações na Rua Mata Bacelar, que já estão sofrendo
conseqüências gravíssimas com o andamento da obra.
Mas, mais do que isso, qual é o motivo dessa
inversão de execução da
obra? Jamais se começa uma obra de drenagem, pelo menos depois de todos os
aprendizados que se tem, de montante para jusante, mas, sim, ao inverso, de
jusante para montante, ou seja, de baixo para cima, para poder possibilitar as
devidas concordâncias. E eu pergunto mais: quem fiscalizou a obra? Quem, no
DEP, era o responsável? Qual o papel da UCP na questão? Qual o montante de
aditivos pedidos pelo Executivo? Existem mais aditivos não-contratados? E
também pergunto se é sabido que, pelo PDM, foram feitas mais de cinco mil
desapropriações, fazendo com que a Prefeitura economizasse cerca de 30 milhões
de reais na Av. Carlos Gomes e em outras áreas. Isso gerou moedas, dividendos
importantes para o Município. Por que, agora, essa obra está tendo esse pedido
de aditamento de 40%, que é o fator gerador da sindicância e das 200 licitações
havidas no Governo anterior e, do PDM, apenas 30% tiveram aditivos, e nenhum
deles chegou a 25%?
Bem,
para concluir, nobre Presidenta, eu faço as seguintes perguntas: por que o
desmonte da UCP/BID? Por que o desmonte da UEP/Fonplata? Por que os
coordenadores, que, até 2005, eram servidores, funcionários de carreira,
funcionários do quadro, estão afastados do Programa tanto do DEP como das
demais Secretarias? Toda a memória, toda a inteligência, todo o acúmulo, toda a
execução está fora.
Então,
nesse sentido, nós estamos encaminhando um Pedido de Providências - eu e o Ver.
Marcelo - ao Executivo, para que ele nos responda essas questões aqui
levantadas, e daremos conhecimento ao Tribunal de Contas, ao BID-Washington e
ao Ministério Público, pois há uma sindicância em curso, e essa sindicância não
está aí por acaso. Nós queremos saber os motivos. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti):
Obrigado, Ver. Carlos
Todeschini.
Encerrado
o Grande Expediente.
Passamos
às
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações.
O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Verª
Maristela Meneghetti; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, com toda a
certeza, o Plano Diretor não apenas neste ano, mas, já no ano passado, chamava
a atenção não apenas dos Vereadores porto-alegrenses, mas de toda a nossa
população, que quer ver a nossa Cidade progredir. Mas nós já iniciamos o mês de
agosto, e o Projeto do Plano Diretor ainda não foi enviado para esta Casa.
Eu, Ver. Guilherme, já na semana passada, chamava a
atenção para o fato de que nós estamos atrasados para a verificação do Plano
Diretor, a fim de fazer as suas atualizações. Acho que este Projeto já deveria
estar na Casa há muito tempo. Esse defeito, Ver. Guilherme, não é um defeito
apenas desta Administração. Eu acho que nós temos que fazer mea-culpa, mas
também nós temos que ver os erros que foram cometidos no passado e que fazem
com que nós estejamos nesta fase em que nós estamos agora.
É claro que o Executivo tem a responsabilidade de
preparar o Projeto do Plano Diretor, assim como os outros Projetos, para ser
enviado a esta Câmara. Agora, Verª Margarete, eu duvido que, nesse esquema que
faz o Executivo hoje e que fez o Executivo no passado, de consultar segmento
por segmento da sociedade para tentar elaborar o Plano mais certo, o Projeto
mais correto, para poder enviar para cá, nós vamos atingir essa perfeição.
Jamais, porque é claro que cada um desses segmentos da sociedade vai ver aquilo
que interessa para a porta da sua casa. E isso faz, Verª Maristela Meneghetti,
com que nós realmente não tenhamos uma Cidade bem planejada, nós não tenhamos
um verdadeiro Projeto de Plano Diretor. Ora, o que seria um Projeto de Plano
Diretor? Não seria essa consulta! Aliás, essa fase de consulta, no meu modo de
ver, deveria ser do Legislativo. Eu sempre cobrei isso, e, inclusive, lá, na
época do Orçamento Participativo, eu fazia essas cobranças. Acho que essa fase
de consultar a comunidade, de falar com a comunidade, de ver aquilo que pensa a
comunidade acerca do Projeto
enviado pelo Executivo é uma responsabilidade - ou deveria ser uma
responsabilidade - da Câmara de Vereadores. Agora virou alguma coisa que não dá
para entender: o Projeto não chegou aqui, mas nós já estamos fazendo audiências
públicas a respeito de um Projeto que não está aqui. E nós estamos discutindo
em cima do quê? Não existe, praticamente, sobre o que discutir, porque, afinal
de contas, este Projeto que vai ser enviado para cá pode ter “n” feições. Nós
não sabemos ainda o Projeto que nós vamos receber aqui na nossa Câmara de
Vereadores.
Então
acho eu que nós estamos cometendo uma demasia, muito embora, claro, tenho
certeza, a Vereadora-Presidenta desta Casa, Verª Maria Celeste, queira acertar.
Mas acho que nós não poderíamos ter iniciado as Audiências Públicas sem antes
termos o Projeto aqui na nossa Câmara de Vereadores.
O
Projeto está atrasado? No meu modo de ver, com toda a certeza, o Projeto está
atrasado; ele já deveria ter chegado aqui a esta Casa há muito tempo. Então,
com certeza, acho que existe culpa do Executivo, que ainda não enviou este
Projeto para esta Casa. Agora, não podíamos iniciar Audiências Públicas sem ter
o Projeto, senão vira uma sessão de demagogia, onde vamos ter uma série de
ataques a alguém que ainda não praticou nenhum tipo de ato.
O
Projeto não chegou ainda aqui na Câmara de Vereadores, e nós já temos, na
verdade, um grande “pau” em cima do Executivo, muitas críticas ao Executivo,
parece que já levando em consideração as eleições do ano que vem; já temos uma
antecipação nas disputas eleitorais! E eu acho que isso não poderia estar
acontecendo dessa forma, minha querida amiga, Verª Sofia Cavedon, a quem, na
semana passada, eu tive a oportunidade de cumprimentar pelo aniversário.
A
Srª Sofia Cavedon: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Braz, apenas um
comentário: parece-me que, neste momento, a comunidade está se expressando.
Infelizmente, o Governo Municipal, nas Audiências Públicas que fez, não
permitiu a manifestação democrática de todos os pensamentos da Cidade, e acho
que a Câmara de Vereadores tem uma oportunidade, por excelência, de ouvi-los, a
priori, porque, independentemente das propostas do Governo, há uma
insatisfação, e há muitas manifestações de várias Regiões sobre o que gostariam
de ver contemplado no Plano. Aproveitemos!
O
SR. LUIZ BRAZ: Verª
Sofia, com certeza, V. Exª é uma Vereadora inteligente, eu sei que V. Exª
também não pode concordar com que nós façamos aqui Audiências Públicas. Não
precisamos, para ouvir as comunidades, fazer Audiências Públicas para tratar de
um Projeto que não chegou. Nós podemos ouvir as comunidades e fazer
Audiência Pública por muitas coisas, mas por um Projeto que ainda não chegou,
eu acho que nós não poderíamos estar fazendo.
Vou repetir agora, com a
presença da Presidenta: acho que a Presidenta desta Casa tem boa vontade em
resolver essa questão do Plano Diretor. Mas acho, Presidenta - estou falando
agora na presença de V. Exª -, que não seria hora ainda das Audiências
Públicas, antes de o Projeto ter chegado. É o que pensa este Vereador, mas
respeito posições contrárias.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver.
Luiz Braz.
O Ver. Nilo Santos está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) A Verª Neuza Canabarro está com a palavra em
Comunicações.
A SRA. NEUZA CANABARRO: Exma Verª
Maristela Meneghetti; Sras. Vereadoras; Srs. Vereadores; público presente, eu
trago aqui uma notícia que saiu hoje na pág. 3 do jornal Zero Hora, que diz
(Lê.): “Gramado clean. Quem for a Gramado acompanhar o Festival de Cinema
deverá encontrar uma Cidade de cara nova. A partir de domingo, a rede de
energia da Rua Borges de Medeiros, a principal da Cidade, passa a ser
subterrânea (igualzinha à elegante Oscar Freire, de São Paulo). O feito é histórico: significará adeus
aos fios pendurados e aos postes.”
Esta
Vereadora entrou, em 23 de agosto de 2005, com um Projeto nesta Casa, o Projeto
que torna obrigatório o uso de redes de infra-estrutura subterrânea de
transmissão de energia elétrica e telefonia, comunicação de dados via fibra
ótica, televisão a cabo e de outros cabeamentos nos locais, especifica e dá
outras providências.
Este
Projeto ainda está tramitando. Desde o dia 04 de janeiro, ele já está pronto
para entrar na Ordem do Dia, Verª Maria Celeste. Nós não insistimos ainda com a
urgência, mas já está aqui, na pág. 32, onde se tem o Ver. Adeli Sell, pela
aprovação; o Ver. Márcio Bins Ely, pela inexistência de óbice; a Verª Clênia
Maranhão, pela aprovação; e o Ver. Elias Vidal, pela aprovação do Projeto.
Num
primeiro momento, o Executivo havia considerado que isso implicaria
investimentos, mas não é verdade, porque cabe a quem for construir ou reformar.
Em São Paulo, quando foi implantado, onde nós procuramos a fundamentação, eles
ficaram surpresos, dada a solicitação de imediatamente implantar o cabeamento
subterrâneo.
Então,
o que eu quero dizer é que nós estamos aqui, num primeiro mandato, aprendendo,
e aprendemos muito, mas nós sentimos que há necessidade da agilização de alguns
Projetos.
O
Sr. Guilherme Barbosa: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Neuza Canabarro, obrigado
pelo aparte, eu serei rápido. Eu sou engenheiro licenciado da CEEE, e a
informação que temos, embora de uma outra área, não exatamente dessa, mas a
informação que têm os colegas dessa área é que a rede subterrânea é, num valor
médio, referencial, cerca de 10 vezes mais que a rede aérea. Seria ideal que
todas as cidades tivessem a rede subterrânea, mas, com essa diferença de valor,
fica inviável; só algumas regiões do Centro de Porto Alegre têm essa rede.
Obrigado.
A
SRA. NEUZA CANABARRO:
Por essa razão, nós estamos colocando que em São Paulo havia uma preocupação
com o investimento que deveria ser feito, e que não ficou comprovado, porque
isso é repassado para quem está construindo. Então, o que nós queremos aprovar
é que, daqui para frente, se tenha isso; isso é visão do futuro, não cabe mais
nós termos uma rede elétrica, os fios apontando, ainda mais agora que temos
tantas situações climáticas como ventanias, temporais e até situações que não
havia no Brasil, que fazem com que ocorram mais problemas, em parques
inclusive. No ano passado, morreram quantas pessoas com o tombamento de postes?
O que nós vemos é uma necessidade muito grande de, imediatamente, aprovarmos um
Projeto que não precisa ser operacionalizado no outro dia, mas é a visão da
Porto Alegre do futuro. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
O Ver. Dr. Raul está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do
Ver. Sebastião Melo.
O
SR. DR. RAUL: Exma Presidenta, Vereadora Maria Celeste; Vereadores
e Vereadoras; aqueles que nos assistem na TVCâmara, venho à tribuna neste
período de Comunicações, em primeiro lugar, para fazer um relato: na quinta e
sexta-feira, estive representando a Câmara no II Fórum Estadual de Planejamento
Familiar, e acredito que tenha ocorrido com muito sucesso esse Fórum, pois foi
bastante freqüentado e teve palestras excelentes. Foi uma iniciativa que partiu
da ONG Brasil sem Grades, do Dr. Luiz Fernando Oderich, junto com o Ministério
Público, Defensoria Pública, Judiciário, Governo do Estado e Assembléia
Legislativa.
Lá
vimos que, realmente, já existem ações importantes nessa área - com a qual
tenho tanta afinidade -, ações que vêm tomando corpo; agora não só no discurso;
agora temos que sair da fase do discurso e entrar, realmente, na fase de ação
social. Lá, tive a oportunidade de referir o trabalho que esta Câmara de
Vereadores vem desenvolvendo em cima da questão do Planejamento Familiar, desde
que assinamos, conjuntamente, o Protocolo de Intenções do Governo do Estado. Já
foram feitos três Fóruns aqui - um
de Planejamento Familiar, com as entidades públicas; outro das ferramentas para
a promoção do Planejamento Familiar; outro que tratava da questão da gestação
de alto risco, principalmente da gestação na adolescência. Também estamos
procurando, através de um Projeto, criar um Centro de Planejamento Familiar
para a cidade de Porto Alegre, assim como instituir um Protocolo de Intenções
Municipal, onde as entidades públicas ou privadas possam se associar e direcionar,
nas suas áreas, essas ações tão importantes, que são as que dizem respeito ao
Planejamento Familiar. Temos também iniciativa no sentido de aproximar
entidades privadas com a Secretaria Municipal de Educação, com a Câmara, por
sua Comissão de Saúde e Meio Ambiente, para que se consiga ampliar as nossas
ações por meio de palestras junto às comunidades, junto ao Projeto Escola
Aberta, junto às escolas do Município. As conversas sobre isso já estão em fase
bem adiantada. Também estamos criando um Projeto, dentro da área do
Planejamento Familiar, porque, em função da relevância do tema, nós acreditamos
na necessidade de um Conselho de Planejamento Familiar Municipal que possa,
através das Secretarias, das entidades públicas e privadas, realmente definir
as estratégias nessa área na Cidade e, ao mesmo tempo, fazer o processo de
fiscalização, para que tenhamos realmente ações que possam reverter em
benefícios, em uma qualidade de vida melhor para toda a sociedade.
Então, eu queria me congratular com os organizadores
do II Fórum, de tanta relevância no nosso Estado.
Quero aproveitar este momento também para falar a
respeito de um evento que se realizará amanhã, nesta Casa, às 14h30min, no
Auditório Ana Terra, que será sobre uma questão também muito importante para a
Cidade - e a gente pensa muito em segurança e modernidade -, que é o projeto de
ampliação do nosso Aeroporto Salgado Filho. Já estão confirmadas as presenças
de pessoas de vários locais do País; até do Rio de Janeiro vem gente para a
nossa Audiência Pública - da ANAC, da Infraero; temos também várias Secretarias
confirmadas, entidades, inclusive as comunitárias. É importante que a gente
discuta a questão da ampliação do Aeroporto Salgado Filho e que, com essa
discussão, cheguemos a algum encaminhamento, no sentido de verificar se
realmente já existem os valores necessários, se o projeto contempla o que a
comunidade realmente necessita na questão da segurança, na questão da vida - o
que tanto nos preocupa em função dos acontecimentos nesses últimos tempos.
Contamos com a presença dos Vereadores na Audiência Pública amanhã, porque será
de muita importância para a cidade de Porto Alegre.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª
Sofia Cavedon.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; colegas Vereadores, Vereadoras, senhores e
senhoras, um cumprimento especial hoje à Escola Municipal de Ensino Fundamental
Chapéu do Sol, que está aqui presente conosco; estão aqui os alunos dessa
comunidade, junto com as professoras Ana Maria, Theany e Tavama. Sejam
bem-vindos!
Hoje, dia 6 de agosto, nós devemos sempre relembrar
uma data que foi traumática como um marco na humanidade: no dia 6 de agosto de
1945, detonavam a primeira bomba atômica sobre uma sociedade, sobre uma
comunidade, que morreu em grande escala - 6 de agosto. Hiroshima nunca mais!
Nós temos trabalhado e discutido para constituir
constantemente uma comunidade da paz, contra a pena de morte e para que Estado
seja criador e constituidor da afirmação da cidadania.
Dito isso, quero-me referir aqui a um conjunto de
temas que a comunidade lá do Chapéu do Sol, através da Escola Municipal de
Ensino Fundamental, traz hoje. Esses alunos que estão aqui hoje, Ver. João
Antonio Dib, estão trabalhando em projetos que dizem respeito aos legisladores
mirins ou legisladores das escolas, e um dos temas que aqui é trazido, Ver.
Adeli Sell, é um problema crônico que temos na Região quanto ao transporte
coletivo. A comunidade daquela Região - que inclui Chapéu do Sol, Ponta Grossa,
Belém Novo, Lami, toda a Região Sul e Extremo Sul -, para ir à Restinga, tem
que pegar dois ou três ônibus. E aqui está um estudo trazido pelos estudantes,
que estaremos enviando novamente à Secretaria Municipal de Transportes, para
que aquelas comunidades, de Belém Novo, Lami, Chapéu do Sol e Ponta Grossa,
possam ter acesso direto à comunidade da Restinga; e que venham da Lomba do
Pinheiro até à UFRGS. Por que isso? A juventude que está aqui presente hoje,
certamente, Verª Sofia e Verª Margarete, nos próximos anos, já estará
usufruindo de um Projeto do Governo Federal que se implanta na Restinga: a
Escola Técnica Federal - que é uma conquista do nosso trabalho, do Governo Federal em convênio com o Município, Ver.
Aldacir Oliboni e Ver. Guilherme Barbosa. Então, essa atividade tem de estar
integrada a toda Cidade, assim como as demais atividades que esperamos, ainda
nesta gestão, ver o início da sua conclusão, entre elas o tema da Saúde da
Região, que é a implantação do Hospital da Restinga e os postos de saúde.
Dito
isso, também trazido aqui pela comunidade e resultado desse trabalho, está
acordado e constituído com o Executivo Municipal - inclusive aproveitando os
recursos das Emendas que construímos neste Plenário - um dos postos de saúde,
ainda na carência, a ser construído, que é o Chapéu do Sol. O Secretário Luiz
Antônio Proença nos relatou a definição da área: ao lado da escola, entre a
escola e a sede da FASC, para ser feito o PSF, que será o Posto de Saúde Chapéu
do Sol, Ver. Dr. Raul, que é um dos tantos necessários não só para a Região,
mas para a Cidade.
Então,
essa afirmação de trabalhos que são pontuais, mas que trazem um reflexo, é que
nós precisamos passar para essa juventude que está aqui presente; afirmar,
neste momento da conjuntura nacional, Verª Clênia, que falar em políticos,
falar em legisladores parece que é falar em corrupção. Não! Nós estamos aqui
para dizer a essa juventude que esta Casa, que os Vereadores que aqui trabalham
fazem jus ao papel que lhes foi atribuído pela população de Porto Alegre.
E
nós podemos dizer, alto e bom som, que aqui fazemos política com pê maiúsculo.
E não temos vergonha de dizer que somos políticos, que somos legisladores e
que, à luz e à flor, muitas vezes, do debate, temos, sim, divergências; somos,
sim, Bancada de oposição. Mas o nosso projeto e o nosso papel é construir uma
sociedade justa, é construir uma Cidade que possa ser denominada sociedade da
paz.
Faço
esta referência aqui, Professora Sofia, nossa colega Vereadora, para dizer que,
neste dia, 6 de agosto, trabalhamos o enfoque de um problema local,
referindo-nos aos problemas da Cidade e aos problemas nacionais, e, ao mesmo
tempo, nos referimos aos 62 anos que a cidade de Hiroshima foi destruída pela
incoerência da postura do homem e de uma evolução tecnológica, que foi a bomba
atômica. Portanto, viva a sociedade da paz, e Hiroshima nunca mais! (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Sr. Valdir Caetano está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN (Requerimento): Exma
Srª Presidenta, eu gostaria de deixar registrado nesta Casa, nesta Capital do
Rio Grande do Sul, que um soldado gaúcho, fazendo parte da Força da Paz do
Brasil no Haiti, veio a falecer em um acidente e que, na próxima quarta-feira,
terá o seu corpo enterrado na sua cidade natal, São Luiz Gonzaga. É um soldado
nosso, poderia ser um filho nosso, cumprindo com seu dever. Eu solicito um
minuto de silêncio em homenagem a esse soldado, Rodrigo da Rocha Klein, de 21
anos.
O
SR. DR. RAUL (Requerimento): Eu
gostaria de me somar à homenagem e também solicitar que fosse estendido esse um
minuto de silêncio a um grande empresário desta Cidade, falecido na
sexta-feira, Arnoldi Boeni Neto.
A
SRA. SOFIA CAVEDON (Requerimento): Srª
Presidenta, antes desse minuto de silêncio, faço um Requerimento a V. Exª,
solicitando que a Câmara se pronunciasse em relação à Secretaria Municipal de
Educação, para que ela cumpra a Lei aprovada nesta Casa quanto à compra
prioritária de produtos hortifrutigranjeiros de agricultores da cidade de Porto
Alegre, o que beneficiaria e retomaria o Projeto que a Escola Chapéu do Sol já
viveu com a compra direta dos produtos lá na Zona Sul. Seria uma melhoria
significativa da sua alimentação escolar. Aproveito que a Escola está aqui,
parabenizando-a pelo seu engajamento, pela qualidade de vida da comunidade.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Por
gentileza, Verª Sofia, encaminhe, por escrito, o seu Requerimento.
Defiro,
de pronto, os Requerimentos para um minuto de silêncio propostos pelos
Vereadores José Ismael Heinen e Dr. Raul.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Registro
a presença da Escola Municipal de Ensino Fundamental Chapéu do Sol, já
referendada pelos Vereadores que estiveram na tribuna. Quero saudar, com muita
alegria, a Turma da 8ª Série e também as Professoras Ana Maria Machado, Theany
Carvalho Bom e Tavana Nunes Santos. Sejam muito bem-vindos à Casa, no Projeto
Plenária do Estudante.
Passamos
à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 2920/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 089/07, de autoria do Ver. Almerindo Filho, que
altera o art. 20 da Lei nº 8.279, de 20 de janeiro de 1999, e alterações
posteriores, que disciplina o uso do Mobiliário Urbano e Veículos Publicitários
no Município e dá outras providências, dispondo sobre a possibilidade de uso,
pelo Município, do Mobiliário Urbano e dos próprios municipais para a
veiculação de propaganda de caráter institucional, educativo ou divulgatório de
seus conveniados ou parceiros formalizados.
PROC.
Nº 3159/07 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 013/07, de autoria da Comissão de Economia,
Finanças, Orçamento e do Mercosul, que inclui al. “aa” no § 3º do art. 20 da
Lei Complementar nº 7, de 7 de dezembro de 1973, que institui e disciplina os
tributos de competência do Município, e alterações posteriores, incluindo a
categoria profissional dos Estatísticos no rol dos serviços prestados por
sociedades sujeitas ao cálculo do imposto de que trata o § 2º do mesmo artigo.
PROC.
Nº 3448/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 053/07, de autoria do Ver. Professor
Garcia e outros, que cria, na Câmara Municipal de Porto Alegre –
CMPA -, a Frente Parlamentar de Educação Física, determina seus objetivos e sua
forma de constituição e dá outras providências.
PROC.
Nº 3470/07 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 015/07, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que
acrescenta art. 39-A na Lei Complementar nº 234, de 10 de outubro de 1990, e
alterações posteriores, que institui, em Porto Alegre, o Código Municipal de
Limpeza Urbana, obrigando o Executivo Municipal a instalar caixas coletoras de
lixo seletivo nos parquímetros no Município de Porto Alegre.
PROC.
Nº 3471/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 054/07, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que concede o Prêmio
Gildo de Freitas à Cantora e Gaiteira Neuza Aparecida de Freitas
PROC.
Nº 3524/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 055/07, de autoria da Mesa Diretora, que concede o título honorífico
de “Cidadão Integração de Porto Alegre” ao Músico, Instrumentista e Pesquisador
Miguel Angelo Oronoz Proença.
PROC.
Nº 4273/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 066/07, de autoria da Mesa Diretora, que concede o Prêmio Dilamar
Machado aos Jornalistas Maurício Saraiva, Deivison Campos, Luis Fernando Vaz,
Ernani Campello, Carina Fernandes, Odir
Ferreira e Newton Pinto da Silva e aos Presidentes de entidades
carnavalescas Rosalina Conceição, Paulo Roberto Silva e Valdir Souza Ribeiro.
PROC.
Nº 4274/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 123/07, de autoria da Mesa Diretora, que revoga
os arts. 3º da Lei 8.803, de 31 de outubro de 2001, e 2º da Lei nº 9.037, de 13
de dezembro de 2002; e as Leis nos 2.589, de 11 de outubro de 1963;
5.554, de 7 de janeiro de 1985; 6.199, de 23 de setembro de 1988; 6.859,
de 16 de julho de 1991; 8.275, de 8 de
janeiro de 1999; e 8.875, de 8 de janeiro de 2002; que instituem premiações de
outorga da Câmara Municipal de Porto Alegre.
PROC.
Nº 5010/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 165/07, de autoria do Ver. Professor Garcia, que
denomina Largo Cel. Octávio Frota o logradouro público cadastrado, conhecido
como Largo 1058, localizado no bairro Azenha.
PROC. Nº 1168/07 - SUBSTITUTIVO Nº 01, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que cria o Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - Conselho Municipal do FUNDEB -, estabelece a composição e as competências desse Conselho, dispõe sobre a atuação dos seus membros e revoga a Lei Complementar nº 421, de 28 de agos to de 1998 ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 005/07, de autoria da Verª Sofia Cavedon.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir
a Pauta.
O SR. ADELI SELL: Verª Maria Celeste; colegas
Vereadores, Vereadoras, mais um Projeto de Lei que trata e disciplina o
mobiliário urbano e veículos publicitários no Município, e por aí vai. Nós
temos três. Há um outro semelhante que trata de colocação, também, de material
publicitário em espaços públicos, particularmente nas praças esportivas. Há o
Projeto do Ver. Brasinha, que acaba com tudo e com todos; e agora o do Ver.
Almerindo, em nova tentativa de colocar publicidade em espaços públicos. E se
esquecem aqui de debater um problema gravíssimo, que é a falta de 108 fiscais
na Prefeitura de Porto Alegre. Vou repetir: 108 cargos de Agente de Fiscalização
estão vagos na Prefeitura! A SMIC, hoje, em termos de fiscalização da rua, não
chega a quarenta fiscais, segundo as informações que obtive; eu trabalhei com
96 fiscais na rua. Alguns foram para outras Secretarias; outros não agüentaram
o tirão, passaram em concursos ou foram buscar outros empregos. Inclusive,
deverá vir para cá um Projeto de Lei do Executivo que trata da verba para risco
de vida, uma mudança na Legislação. Nós temos, Verª Margarete Moraes, no
Viaduto Otávio Rocha, que é patrimônio desta Cidade, uma faixa colocada pela
SMOV, ilegalmente. Em outros lugares, há faixas da Prefeitura colocadas
ilegalmente. Onde está a SMAM? Onde está a fiscalização da Prefeitura? Não tem
fiscalização em áreas de risco, não tem fiscalização da zoeira, não tem
fiscalização das calçadas esculhambadas e estragadas. Aí começamos a mudar,
mais uma vez, a legislação - não que eu seja contra o que está dito aqui; posso
até discutir, posso até concordar, mas não vejo o mesmo Vereador chegar aqui e
cobrar que a legislação que já existe sobre isso seja cumprida. Nós vamos
liberando mais uma coisa aqui, mais uma coisa lá; aí vem o Projeto, como o de
São Paulo - está aqui na Câmara também -, que acaba com toda publicidade ao ar
livre. Será que essa é a solução? Eu apresentei à Prefeitura um novo modelo de
equipamento; não apresentei Projeto de Lei, porque não precisa. Quero saber se
a Prefeitura concorda, se está dentro ou não da regulamentação? Vou ao Brique
da Redenção, existem bicicletas andando com publicidade. Mas há um processo na
Prefeitura para uma publicidade limpa, bonita, atualíssima, um modelo trazido
da Austrália - trabalhado com motos ou com scooters -, uma publicidade
levada a locais permitidos, inclusive à noite, de extrema beleza, e não tive
retorno sobre esse processo! Mas tem um caminhão que anda pela Cidade com uma
publicidade em todo o seu traseiro. Isso pode? Pela Lei, não pode. E aqui a
gente vem com outra legislação, ou seja, acabou a fiscalização da Prefeitura?
Tudo pode; nada pode; depende do vento ou da mania de quem está ali naquele
momento, do cargo de confiança de plantão, porque a Prefeitura agora não dá
mais a devida atenção ao funcionário de carreira, coisa que sempre fizemos
dentro da nossa Administração. Quando fui Secretário da SMIC, quem comandou a
fiscalização foram os servidores de carreira. Então, minhas senhoras e meus
senhores, colegas Vereadores, “devagar com o andor”! Fiscalizemos com base na
Lei que existe! Depois vamos conversar sobre uma nova legislação. Eu quero
saber se o Vereador vai ser parceiro ou não e fazer a cobrança da fiscalização,
porque, mesmo podendo ser uma coisa importante, se não houver fiscalização, vai
virar bandalheira como, de fato, já está acontecendo com muitas coisas na
Cidade, diga-se de passagem.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras; Srs. Vereadores, em primeira Sessão de
Pauta, dez Projetos de Lei; será que eles eram necessários mesmo?
O primeiro deles é do Ver. Almerindo Filho, que
disciplina a utilização do mobiliário urbano,
conforme disse o Ver. Adeli Sell. Será que ele seria necessário, ou será que o
Executivo já tem, ao longo dos anos, usado esse tipo de publicidade
institucional, ou não até, para fazer proteção às árvores, para fazer lixeiras
e outras coisas mais que o Executivo tem feito? Eu acho que não havia
necessidade.
O Professor Garcia quer a Frente Parlamentar de
Educação Física. É muito interessante, sem dúvida nenhuma, mas a iniciativa
desse tipo de Projeto de Resolução deveria ser da Mesa, e não do Professor
Garcia. Mas, de qualquer forma, como ele é afeito às atividades da Educação
Física, e como não houve contrariedade, ele fez.
O Ver. Haroldo de Souza quer obrigar o Executivo a
instalar caixas coletoras de lixo seletivo nos parquímetros do Município de
Porto Alegre. Inclusive fez um levantamento, são 190 parquímetros; nós teríamos
190 cestas coletoras de lixo, mas, fazendo a coleta seletiva; então teria de
ter duas cestas juntas, uma para o lixo orgânico, que acontece também, e outra
para papel, plásticos, vidros, com o que as nossas ruas estão cheias.
O primeiro Projeto que eu comentei, sobre o
problema de publicidade, já existe, há vários anos, a possibilidade de fazê-las
nas placas de identificação dos logradouros do Município, o que não tem sido
feito. Agora a Câmara, com sua Presidenta Maria Celeste e este Vereador também,
tem procurado trocar idéias com o Executivo, para ver aonde é que nós podemos chegar. Então, sobre o
problema da publicidade, há três processos aqui que tratam da mesma coisa.
O
Sr. Carlos Comassetto:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Antonio Dib, eu
acho que é oportuna a sua fala, principalmente para este Projeto que fala do
mobiliário urbano e veículos publicitários no Município de Porto Alegre. O que é o mobiliário urbano? São as
paradas de ônibus, são os bancos da praça, são todos esses equipamentos
públicos. Parece-me que, à luz da Legislação, isso necessita de um Plano
Diretor do Mobiliário Urbano, todo um trabalho que elabore a sua proposta
integrada. Eu vejo que isto teria que ser um trabalho prioritariamente do
Executivo, de propor isto já com o seu enquadramento, levando em conta toda a
parte do patrimônio cultural existente, do patrimônio ambiental e o tipo de
equipamento que se adapte à estrutura urbana.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Nobre Vereador,
na realidade, os relógios digitais, que fornecem também a temperatura, são
mobiliários urbanos, e são feitos com publicidade; as paradas de ônibus dos
corredores são feitas da mesma forma, com publicidade. Portanto, eu achava que
a lei não seria necessária.
A Mesa Diretora encaminha um Projeto de Lei,
derrogando sete leis que atribuem prêmios. Na verdade, essas leis - esses sete
prêmios - há muito tempo que não são outorgados a ninguém. Portanto, fez muito
bem a Mesa, tem que limpar, e agora sei que outros prêmios também serão
cancelados, visando a diminuir o número de solenidades que nós temos aqui na
Casa e de premiações que são feitas, fazendo com que nós possamos trabalhar com
mais eficiência em outras áreas. Às vezes, para discutir um projeto de lei que
instituía um dia X, nós chegávamos a dezesseis discursos, sem que tivéssemos
votado a matéria. Então eu acho que é muito salutar a medida da Mesa Diretora.
Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª
Margarete Moraes está com a palavra, por cedência de tempo do Ver. Carlos Comassetto.
A SRA. MARGARETE MORAES: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público
que nos assiste pelo Canal 16, na verdade nós temos muitos Projetos em Pauta
oferecidos pelos Vereadores e Vereadoras.
Em primeiro lugar, eu queria comentar sobre o
Projeto de Lei do Ver. Haroldo de Souza, que acrescenta o art. 39 na Lei
Complementar e institui, em Porto Alegre, o Código Municipal de Limpeza,
obrigando o Executivo a instalar caixas coletoras de lixo seletivo nos
parquímetros. Eu acho que este é um Projeto muito bem-vindo e muito oportuno,
porque todas as pequenas idéias que contribuam para o saneamento do meio
ambiente e para um meio ambiente mais saudável são importantíssimas. E creio
que quem deve dar o exemplo e ter a iniciativa é o Governo Municipal. Agora, se
nós olharmos para a Cidade hoje, este Projeto é mais importante ainda, porque o
lixo está espalhado, Ver. Adeli Sell, em qualquer rua da Cidade. Está espalhado
na Rua La Plata, na Rua Dona Leonor; basta andar pela Cidade, que a gente vê
situações que nunca ocorreram nos 16 anos da Administração Popular.
O
Ver. Adeli Sell fala “Faltam lâmpadas, e o que é que a SMOV faz?” A SMOV coloca
uma faixa e explica para a população que aquelas lâmpadas no passeio público
foram roubadas. Mas são locais em que é proibido colocar faixas. Ao invés de
trocar as lâmpadas, que é sua função, a SMOV coloca faixas. Então, um Governo
cujos órgãos não dialogam entre si, a SMAM não dialoga com a SMOV... Imaginem
um Governo que se propôs a constituir um princípio de transversalidade. A SMAM
parece uma Prefeitura, e a SMOV, uma Prefeitura à parte.
Eu
também queria fazer um comentário sobre o Projeto de autoria da Mesa Diretora e
cumprimentá-la, que concede o Título Honorífico de Cidadão Integração de Porto
Alegre ao músico, instrumentista e pesquisador Miguel Proença, pelo seu
talento, por sua vida toda dedicada ao exercício militante da boa música, da
música instrumental, Ver. Marcelo Danéris. Nós sabemos que a cidade de Porto
Alegre chega além-fronteiras, chega ao Uruguai, à Argentina, e o Miguel Proença
é um símbolo, porque a música, em si, sobretudo a música instrumental, une,
constrói unanimidade, e eu creio que ele construiu também universalidade em
relação ao seu Projeto.
Tem
outro Projeto aqui, que diz respeito ao carnaval de Porto Alegre, que é um
Projeto de autoria da Mesa Diretora, que estabelece prêmios a jornalistas e aos
presidentes das escolas de samba que ganharam o carnaval deste ano. E aí não
posso deixar de dizer que temos o Complexo Cultural do Porto Seco completamente
parado, abandonado, não houve nenhum tijolo, nada, nada na construção da pista
de eventos neste ano, sobretudo nas arquibancadas, e acho que por isso o
carnaval deixou muito a desejar no ano de 2007; nenhum tipo de investimento do
Governo Municipal no Complexo Cultural do Porto Seco. Os carnavalescos estão
sabendo disso, e isso ajuda a diminuir, a deixar menor e menos importante o
carnaval da nossa Cidade.
Por último, muito rápido, o Substitutivo de um
Projeto da Verª Sofia Cavedon, agora assinado pelo Ver. Nereu D’ Ávila; eu
ainda não o li, não o conheço, mas havia saudado desta tribuna o Projeto
original da Verª Sofia, e imagino que seja no sentido do aperfeiçoamento de sua
idéia, que é muito importante, porque estabelece o controle social, o controle
de especialistas e da sociedade em relação à aplicação, em Porto Alegre, do
Fundeb, um fundo criado pelo Governo Federal que, pela primeira vez, enxerga,
por parte do Poder Público, os alunos, os estudantes pré-escolares e também do
Ensino Médio. É algo que não foi aceito pelo setor conservador do Congresso,
mas que passou e que pretende também valorizar profissionalmente os
trabalhadores da Educação. Portanto, são verbas muito altas que merecem ter um
controle da sociedade, seleção, onde vai ser aplicada, como e por que, e também
a fiscalização destes recursos. Quero ler, depois, o Substitutivo do Ver.
Nereu, e, como eu disse, espero que venha aperfeiçoar o Projeto, que, em
princípio, é uma belíssima idéia.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver.
Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Verª Maria
Celeste, nossa Presidenta; colegas Vereadores e Vereadoras; demais pessoas que
nos acompanham, boa-tarde a todos. Quero, neste período de discussão
preliminar, abordar dois Projetos: o primeiro, do Ver. Almerindo, que dispõe
sobre a possibilidade de uso, pelo Município, do mobiliário urbano e dos
próprios municipais para veiculação de propaganda de caráter institucional,
educativo ou divulgatório dos seus conveniados ou parceiros, e assim por
diante.
Eu confesso, Ver. Dib, V. Exª, que comentou há
pouco este Projeto, que não entendi o objetivo deste, até pela terminologia
(Lê.): “... (permite) o uso dos próprios municipais para veiculação de
propaganda de caráter institucional, educativo ou divulgatório de seus
conveniados ou parceiros formalizados.”
Então, seriam os próprios municipais para fazer
propaganda de parceiros, e só de parceiros. Não se trataria então de propaganda
paga, como há pouco V. Exª falou, nos termômetros de rua, nas paradas de ônibus
e assim por diante. Só que, mais adiante, no § 3º do art. 1º diz (Lê.): “Ficam
incluídos como locais de veiculação: I - os ginásios; II - as praças...” Olha
só: as praças! “... III - os parques; IV- as escolas...”, e assim por diante.
Opa! Aí a questão já complica, Ver. Sebenelo, que,
às vezes, toca neste assunto também. As praças, os parques e as escolas. A
coisa é meio complicada, então. Eu acho que este Projeto merece mais atenção do
que inicialmente ele parecia merecer, pelo que ele toca; ele avança muito mais
em área complicada, me parece.
Quero abordar também o PLCL nº 015/07, de autoria
do Ver. Haroldo de Souza - que agora se encontra em Plenário também -, com
relação à obrigatoriedade de colocação de caixas coletoras de lixo seletivo nos
parquímetros no Município de Porto Alegre.
Eu
acho que todos concordamos, sem dúvida, que a Cidade precisa de colocação de
lixeiras. Está nos jornais de hoje, inclusive - espero que isso venha a se
concretizar realmente -, que o Executivo Municipal pretende colocar oito mil
lixeiras, até o final do ano, na Cidade. Será uma iniciativa importante, se
vier a se concretizar, porque, realmente, se andarmos no Centro hoje, veremos
que não existem mais lixeiras. Sabemos, sim, é verdade, que há uma depredação
muito grande por parte da população. Mas também é verdade que não tem sido
reposta nenhuma delas praticamente; tem havido depredação, e nada tem sido
reposto. Talvez por isso a preocupação do Ver. Haroldo. Só que, Ver. Haroldo,
V. Exª pretende colocar apenas para lixo seletivo. Eu acho que, se houver essa
obrigatoriedade, que se coloquem as duas, então, tanto para o lixo orgânico
quanto para o lixo seletivo. Eu acho que aí ficará um situação mais adequada e
completa, embora, teria-se que ver, realmente, se esses equipamentos, essas
hastes dos paquímetros fazem parte do mobiliário urbano público. Que é
mobiliário urbano, não há dúvida, mas me parece que é um equipamento da iniciativa
privada, mas temos de ver se nós podemos, então, legislar sobre isso. É
provável que sim, mas, de qualquer maneira, tem uma discussão a se fazer em
cima disso. E fica a sugestão: que o projeto, então, abranja não só lixeiras
para o lixo seco, mas também lixeiras para o lixo molhado, ou lixo orgânico,
como também se costuma colocar.
Por
último, eu gostaria de ouvir a posição do Verª Sofia Cavedon - acho que não vai
ser possível hoje -, em relação ao Substitutivo nº 1, de autoria do Ver. Nereu
D’Avila, ao PLCL nº 005/07, da autoria da Verª Sofia, que cria um Conselho para
gerenciamento dos fundos do Fundeb, recurso muito importante do Governo
Federal, que é repassado para o Município. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver.
Oliboni está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) A Verª Sofia Cavedon
está com a palavra para discutir a Pauta.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, agradeço ao Ver. Ervino, ao
Ver. Comassetto, ao Ver. Oliboni, que me permitiram dialogar com a proposta do
Ver. Nereu, de Substitutivo ao Fundeb. As considerações amargas que fazem aqui,
e o Ver. Guilherme Barbosa, são no sentido que se espera que seja para
melhorar. Nós, de fato, Verª Clênia, não entendemos o sentido de ser
Substitutivo, porque as mudanças são muito pequenas e, infelizmente, trouxe de
volta à Pauta um projeto que poderia já estar em debate, e, por duas ou três
emendas, Ver. Nereu, que eu sei que representa a discussão da SMED, poderia ter
complementado o Projeto, e ele estaria, quiçá, pronto para a votação.
Infelizmente, a iniciativa de Substitutivo nos traz para o início dos debates; nós
vamos construir um diálogo para acelerar a votação do Conselho do Fundeb, Ver.
Dib, porque o Fundeb já está em vigor. Desde janeiro deste ano, não é mais
Fundef; agora é Fundeb. Um conjunto de impostos foi acrescentado, como o IPVA,
que não contava com uma parte que vai para a Educação, e, dos 15%, nós teremos,
progressivamente, valores acrescentados, chegando a 20% desse conjunto de
impostos. Portanto, é preciso que a sociedade civil, a comunidade escolar
acompanhem, fiscalizem a aplicação de tantos recursos, e não só mais para o
Ensino Fundamental, mas para toda a educação básica.
Para os Vereadores entenderem, no Substitutivo - na
minha avaliação, poderiam ter sido Emendas -, há uma retirada do Conselho da
Criança e do Adolescente do Conselho do Fundeb.
Prof. Jardim - eu sei que acompanha a Sessão,
representando a SMED -, nós achamos que o CMDCA deve permanecer no Conselho do
Fundeb, porque o Conselho da Criança e do Adolescente, a ele interessa a
aplicação de recursos para as crianças e adolescentes, em educação na Cidade,
especialmente quando estamos tratando da incorporação das creches comunitárias,
das matrículas das creches, para contar para fins de recursos para a Educação.
Há outras mudanças que achamos que não têm muita
divergência, que podemos incorporar e que são pequenas: onde dizíamos que os
professores, os alunos seriam escolhidos dos conselhos escolares, o Ver. Nereu
D’Avila propõe que seja do segmento, ou seja, qualquer aluno, não precisa ser
aluno que está no conselho escolar. Não temos divergências sobre isso, apenas
que os funcionários deverão ser do conselho escolar. Não entendemos a
contradição, mas achamos que isso não é tão complicado, poderemos conversar.
E também há apenas uma outra divergência em relação
à constituição do primeiro Fundeb, dos primeiros participantes do Fundeb, que
nós indicávamos a designação pelos seus pares, e, pelo Substitutivo do Ver.
Nereu, o atual Fundeb realizará uma assembléia coletiva para eleger os próximos
representantes de cada segmento.
É uma maneira diferenciada do que a Lei prevê para
a seqüência, para essa transição, é possível dialogar com isso. As mudanças são
tão pequenas, Verª Margarete Moraes, que nós não entendemos que deveria ser um
Substitutivo inteiro. Nós estamos, na verdade, voltando para a Pauta, quando
poderíamos estar votando.
Mas, de toda maneira, nós pedimos a compreensão. Já
conversamos com a Verª Clênia, com o Ver. Nereu, precisamos que a CCJ faça um
Parecer, e também já estamos acrescentando um conjunto de Emendas resultantes da avaliação do Conselho
Municipal de Educação da nossa proposta de Conselho do Fundeb. Acho que há
emendas bem interessantes, emendas que dizem respeito à possibilidade de o
Fundeb convocar o Secretário, de o Fundeb pedir extratos extras, de o próprio
Conselho do Fundeb vistoriar a
execução, a utilização dos recursos orçamentários. Há outras emendas
interessantes como, por exemplo, que os alunos não poderão ser prejudicados ou
levarem faltas ao participarem do Conselho. É um conjunto de 12 Emendas que nós
estamos trazendo à Liderança do Governo, para que possamos qualificar,
acolhendo as sugestões advindas do Conselho Municipal de Educação. Parece que
está bastante qualificado e com um conteúdo muito consistente o Projeto de Lei.
Eu só faço um apelo, para que nós possamos fazer de forma rápida, dialogada, e
não com medidas como essa que trouxe de volta à Pauta o que não seria
necessário. Estamos iniciando o segundo semestre, já poderíamos estar aprovando
e votando o Conselho do Fundeb, mas, infelizmente, teremos que voltar à CCJ,
Ver. Braz. Esperamos que a CCJ seja breve, para que possamos votar, e a Cidade
passe a ter, então - como foi registrado pela Verª Margarete -, um controle
social sobre importantes recursos, os quais constituirão 20% de quase todos os
impostos municipais e transferências, para que sejam aplicados na educação
básica do Município de Porto Alegre. Nós temos certeza de que isso vai fazer
com que, inclusive, especialmente a Educação Infantil tenha um incremento de
qualidade e de quantidade de vagas, o que será muito bem-vindo, pois é algo
necessário para a nossa Cidade.
(Não
revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Encerrada a discussão da Pauta.
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, noticia a
imprensa que um dos descendentes de Rui Barbosa estaria solicitando que o busto
de seu ancestral, colocado para ornar, para dignificar o Senado Nacional, fosse
retirado - ainda mais que ele fica exatamente atrás do Presidente do Senado,
esta figura que não dignifica o Brasil de forma nenhuma, que é o Sr. Senador Renan
Calheiros. Mas o Senado do Roriz, do Gim, que ainda, antes de assumir, já tem
um rol de queixas-crime contra ele... O País em que os Ministros convidados são
levados à execração pública pelo seu passado, e o Presidente tem que esperar
uma semana, dez ou quinze dias, para ver se os confirma ou não. Aí assume um
Ministro que tem que ser colocado para a rua, porque o homem não era das
figuras mais corretas.
O homem público tem que ser correto em todos os
momentos! Agora mesmo, o novo Presidente da Infraero é denunciado pelo Tribunal
de Contas por má gestão, sem que tivesse, talvez, se beneficiado, mas não
prestou corretamente as contas.
Eu
quero ler aqui um pronunciamento do Rui Barbosa, exatamente do ano de 1914.
Parece que, se esse pronunciamento fosse feito hoje, o Rui Barbosa, quando
terminasse, iria ter um infarto, iria morrer pela barbaridade que acontece no
Senado. Dizia ele (Lê.): “A falta de justiça, Srs. Senadores, é o grande mal da
nossa terra, o mal dos males, a origem de todas as nossas infelicidades, a
fonte de todo nosso descrédito, é a miséria suprema desta pobre Nação. A sua
grande vergonha diante do estrangeiro é aquilo que nos afasta os homens, os
auxílios, os capitais. A injustiça, senhores, desanima o trabalho, a
honestidade, o bem; cresta em flor o espírito dos moços, semeia no coração das
gerações que vêm nascendo a semente da podridão, habitua os homens a não
acreditar senão na estrela, na fortuna, no acaso, na loteria de sorte, promove
a desonestidade, promove a venalidade, promove a relaxação, insufla a
cortesania, a baixeza, sob todas as suas formas. [E aí a frase que todo o mundo
conhece.] De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas
mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter
vergonha de ser honesto. Essa [dizia ele] foi a obra da República nos últimos
anos. No outro regime (na Monarquia), o homem que tinha certa nódoa em sua vida
era um homem perdido para todo o sempre, as carreiras políticas lhe estavam
fechadas [vou repetir: no outro regime, o homem que tinha certa nódoa em sua
vida era um homem perdido para todo o sempre, as carreiras políticas lhe
estavam fechadas]. Havia uma sentinela vigilante, de cuja severidade todos se
temiam e que, acesa no alto (o Imperador, graças principalmente a deter o Poder
Moderador), guardava a redondeza, como um farol que não se apaga, em proveito
da honra, da justiça e da moralidade". Vou repetir: “No outro regime, o
homem que tinha certa nódoa em sua vida era um homem perdido para todo o
sempre, as carreiras políticas lhe estavam fechadas”.
O
que aconteceu com os homens do “mensalão”? O que aconteceu com os
“sanguessugas”? Os homens do “mensalão”, os Deputados, na votação secreta, se
esconderam para que não fossem cassados, até aqueles que confessaram ter recebido
milhões de reais - inclusive, um deles, do meu Partido: 7 milhões e 400 mil
reais, recebeu e não foi cassado!
Portanto,
se Rui Barbosa estivesse vivo neste momento, eu acho que ele morreria de
infarto pela preocupação de ver a vergonha disseminada no País a partir do
Executivo e do Legislativo Federal. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ADELI SELL: Verª
Maria Celeste, colegas Vereadoras e Vereadores, não é feitio da Bancada do
Partido dos Trabalhadores correr da raia, muito menos se esconder e esconder
suas opiniões. Pelo contrário, o Partido dos Trabalhadores expõe suas opiniões.
Nós aqui sempre defendemos a ética na política, condenamos todos os tipos de
malversação de recursos públicos e queremos lembrar apenas que, em São Paulo,
todo o mundo conheceu, conhece, ainda não esqueceu, a trajetória de Paulo Maluf
e Pitta.
Mas
a gente vai tratar aqui da terrinha querida, nossa amada, gloriosa e valorosa
Porto Alegre. Se depender, também, da minha Bancada, dos Vereadores e
Vereadoras do PT, nós vamos continuar cobrando. Na quinta-feira, disseram que
eu falava e aumentava o tom de voz, porque a Sessão, na TVCâmara, era repetida
quinta e sexta-feira. Eu falei do Centro da Cidade e dos serviços
não-prestados. Pois, na sexta-feira - isto aqui não é o Jornal do PT; isto aqui
é a Zero Hora (Mostra o Jornal.) -, este Jornal traz uma pesquisa feita com o
povo, não o povo abstrato de Brasília, seja lá onde for, mas o povo de Porto
Alegre. Todos os serviços públicos rodaram, todos os serviços públicos têm
nota, Ver. Brasinha, abaixo de cinco. Imagine V. Exª se fizessem uma pesquisa
no bairro Floresta - onde nós temos o atraso dos atrasos dos atrasos do Conduto
Forçado -, das opiniões e das falas contraditórias sobre os agentes públicos!
Imaginem se uma pesquisa dessa fosse feita na Baltazar de Oliveira Garcia, se
fosse feita no entorno do Mercado Público do Bom Fim, abandonado e tomado por
moradores de rua! Imaginem, senhoras e senhores, se essa pesquisa fosse feita
na Rua Dr. Flores, na Av. Otávio Rocha, no entorno do Mercado Público, na
Quinta do Portal, com suas ruas esburacadas, ou na Parada 8-A da Lomba do
Pinheiro, para entrar, chegar e transitar pela Rua Elizabeth Sangoi! Como?
Vamos falar de outras ruas, ou essas aqui chegam?! Das praças que eu citei,
querem mais? Pois então, vamos adiante. Vamos falar da subida e da descida do
bairro Caminho do Meio. Nem na época em que o Sr. Protásio Alves comprou o Belvedere,
lá em cima, lá pelo SESC, no outro lado - lembram dali? -, quando ele pegava um
carro da década de 20, o grande Dr. Protásio Alves subia o Caminho do Meio.
Tinha menos buraqueira, menos solavancos do que passar hoje pelo corredor de
ônibus - menos solavancos! É, Ver. João Dib, o velho Caminho do Meio era melhor
que a Protásio Alves, que agora faz a ligação com Viamão, faz a ligação com Alvorada. É bom
lembrar essas coisas, é bom lembrar. Vossa Excelência trabalhou na Av. Baltazar
de Oliveira Garcia, lembra, Vereador? Pois é, é bom voltar, é bom ver os
buracos, é bom ver a esculhambação. Mas e as calçadas? Eu perguntei antes: onde
está a fiscalização da SMOV? Dizem que não há mais. As calçadas estão todas
quebradas. Não há mais fiscalização? E as pessoas idosas caem... E a zoeira da
Cidade? Neste final de semana, ninguém conseguiu dormir na Rua Lobo da Costa,
ali na esquina com a Av. João Pessoa: balbúrdia total e absoluta! Ainda bem
que, na sexta-feira, o Coronel Vesule botou a Brigada na Cidade Baixa, porque,
durante o dia, houve um monte de assalto. E estava lá a Brigada. Eu tenho uma
reunião marcada com o Comandante Vesule, e vamos tratar também, já que a
Prefeitura não consegue fechar aquela baiúca, onde há uma esculhambação ali na
Cidade Baixa, onde ninguém consegue dormir, onde o sujeito não obedece a
nada... Abrem, fecham, abrem, fecham, e tudo continua a mesma coisa!
Pois,
então, aqui estão os problemas da Cidade; aqui está a cara do Governo, nas
páginas do jornal Zero Hora. Nota nenhuma chegou a cinco no item de “serviço”.
Não sou eu quem inventa, porque eu não invento nada, eu cuido, eu leio, eu
circulo, mas eu leio também o jornal que está estampado aqui. (Mostra o
Jornal.) Isto aqui não mente, está aqui, não fui eu que falei, foi a pesquisa
que disse. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN:
Exma Srª Presidenta desta Casa, Verª Maria
Celeste; nobres Vereadores, Vereadoras; público que nos assiste, venho tecer
alguns comentários sobre o meu novo chefe, aliás, o meu novo subchefe, pois o
meu chefe supremo é Deus, depois vem Luiz Inácio Lula da Silva, depois o Nelson
Jobim, os generais, e depois os meus comandantes, meus parceiros e meus
colegas.
Quero
falar principalmente sobre a instituição do Exército Brasileiro; temos a
segunda vítima brasileira na Força de Paz do Haiti. No ano passado, foi o
General que comandava as forças no Haiti; e agora, o nosso soldado gaúcho,
Rodrigo da Rocha Klein, 21 anos, iniciando a sua carreira militar. Como também
nos referimos, dias atrás, ao desembarque do 20º Batalhão de Suez, também o
Cabo Willian, que ficou no Sinai, no Canal de Suez; como também temos nos referido
aos 21 gaúchos que ficaram na 2ª Guerra Mundial, dentre eles um porto-alegrense
que tem o seu nome, agora, na entrada da Câmara, com muita honra para esta
Câmara, nesta homenagem aos soldados brasileiros, Arthur Lorenço Stark, um
porto-alegrense, também enviado para a Itália, e que lá ficou.
Sobre
o nosso novo Ministro da Defesa, quero cumprimentar o Ministro Nelson Jobim e
dizer que me resguardo o direito de observar, com reservas, a espontaneidade
com que ele está se vestindo com o fardamento operacional, fardamento de luta,
de guerra, em que ele assume o Ministério da Defesa. Espero que o nosso
Ministro, como ex-Ministro do Supremo Tribunal Federal, possa trazer à
instituição das Forças Armadas um pouco mais de segurança e auto-estima aos que
compõem essa instituição, eliminando barreiras, desajustes, direitos perdidos
de que, até agora, nós, militares, estamos sendo alvo, e não sabemos por que,
se é revanchismo, se é contrariedade pelas necessidades, uma instituição forte,
soberana. Na história da Nova República, Srª Presidenta, não há notícia de que
um soldado pertencente às Forças Armadas tenha se rebelado à sua missão, tenha
se rebelado àquilo que lhe é determinado pelo seu Comandante. E assim tivemos
diversos Presidentes comandando. Mas sentimos, isso sim, a perda de diversos
direitos adquiridos, como há poucos meses, quando lutamos para que a
Brigada Militar tivesse o direito de ir e vir, à paisana, por não ter o direito
a seu vale-transporte, que, aliás, é um direito, mas lhe é negado. Nós, militares,
também sofremos, principalmente a ativa de hoje, com a retirada de direitos
legais de quem veste a farda. Somos a única categoria, entre tantas outras, que
não tem o anuênio, não tem a compensação do qüinqüênio, do triênio, seja o que
for, e outras. Eu espero que a farda que o Ministro vestiu seja vestida por
orgulho, porque militar ele nunca foi, mas eu torço para que o nosso Ministro
nos dê auto-estima, nos dê vontade cada vez maior, que nunca nos falta, para
que nós possamos, cada vez mais e como sempre, dignificar a nossa profissão e
estar a serviço da nossa Nação, como esse jovem soldado, que jurou um dia, se
fosse preciso, o sacrifício da própria vida a serviço da Pátria e sucumbiu.
Sucumbiu como diversos outros haverão de sucumbir para levarmos a nossa
bandeira como ela sempre mereceu e merece até hoje.
Então, saúdo o nosso novo Ministro e quero aqui,
novamente, deixar registrados os pêsames aos familiares do soldado Klein, de 21
anos, que acabou de cumprir com o seu dever supremo, defendendo a sua Pátria.
Muito obrigado, Srª Presidenta.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª Presidente
e Srs. Vereadores, em especial o Ver. Raul Fraga, Presidente da Comissão de
Saúde, a quem vou pedir para agendar, depois da Audiência Pública, uma
audiência com todos os interessados na questão dos leitos psiquiátricos.
É evidente que quem manusear o livro chamado “A
História da Loucura” vai saber como se tratavam os loucos nos anos escuros do
século XIII e XIV; os loucos que a nau dos insensatos levava, pelos rios da
Europa até o mar, soltos, sem nenhuma assistência, incapazes, por uma questão
de estética social necessária, porque era feio ser louco; foi feita a limpeza
de toda a Europa, deixando morrer no mar todos aqueles que eram portadores de
doenças mentais.
Nós, na cidade de Porto Alegre, estamos regredindo
àquela época; no Brasil, estamos regredindo àquela época; no Estado do Rio
Grande do Sul, estamos regredindo àquela época. Não há leitos, desapareceram -
e não foi agora; há bastante tempo - 800 leitos psiquiátricos.
É evidente que houve o progresso da tecnologia e da
química fina, e hoje se controla a esquizofrenia ou a depressão com remédios,
que são as duas doenças mais graves que podem atingir uma pessoa de meia-idade
para baixo. As doenças degenerativas dos velhos também já têm um bom número de
medicamentos que têm efeito razoável, e, conseqüentemente, estaríamos esvaziando
os hospitais, os manicômios e os sanatórios de doenças mentais. Mas o que se
vê, na prática, não é nada disso; ao contrário, as pessoas são praticamente
expulsas dos hospitais, voltam para a sua casa, para o mesmo núcleo nervoso de
miséria, de não-atendimento, de tragédia e de perda de vidas, porque há duas
formas de ir embora: viajar ou morrer, e essas pessoas morrem antes de viajar. Elas saem deste mundo, mas
elas necessitam voltar a ele, porque há necessidade de medicamentos. Mas esses
medicamentos só podem ser usados, muitas vezes, em condições de hospitalização,
e as pessoas não têm condições sociais, as mais pobres, Ver. Aldacir Oliboni -
V. Exª que trabalha nessa área -, de manter, com a assistência antiga dos
hospitais, o mesmo tratamento dentro dos domicílios.
Então
vivemos essa desumanização do atendimento, promovida por uma Lei Federal que,
simplesmente, fechou os sanatórios, fechou os manicômios, os hospitais de
doentes mentais. E aí, então, estamos regredindo à escuridão dos séculos XIII,
XIV, XV, quando não havia medicamento, o doente mental era um estorvo e uma
coisa feia para a sociedade; então, era banido dessa forma. Os navios cheios de
doentes eram largados ao léu, e, assim, a sociedade se livrava não só dos seus
pacientes, mas se livrava da convivência com a sua própria ignorância e com o
seu próprio fracasso em tratar esses pacientes.
Pois
é isso que nós vamos debater, agora, no dia 14, em Audiência Pública, aqui,
neste Plenário, e eu peço que todos os Vereadores compareçam, para que nós, em
conjunto, tomemos uma definição importantíssima para a área da Saúde. E que o
Hospital São Pedro seja transformado e revertido novamente a um Hospital
Psiquiátrico, não mais manicômio, não mais um depósito de pacientes, mas, por
favor, que seja transformado na redenção desses pacientes!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Srª
Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, Ver. Ervino, quero te dizer que tu não estás
muito preocupado, porque tu não moras lá para aquelas bandas, Vereador, porque
tu sabes como é a necessidade do povo. Nós não podemos deixar acontecer com a
Av. Baltazar de Oliveira Garcia o que aconteceu com a Av. Assis Brasil, no
Governo que era do PT, que também quebrou, literalmente, com a Av.Assis Brasil.
E com a Av. Baltazar está acontecendo isso, só que a Av. Baltazar tem uma
diferença, que é obra do Governo do Estado, que é a Linha Rápida.
Eu
também gostaria de responder à Verª Clênia Maranhão, pois, na quinta-feira, ela
disse que eu gosto de falar muito na Av. Baltazar de Oliveira Garcia. Claro que
eu gosto de falar na Av. Baltazar; eu gosto, porque é a necessidade do povo,
Vereadora.
Quero
também dizer aos amigos Vereadores que estão completando hoje 219 dias de
Governo Yeda; 219 dias! E, até agora, não aconteceu nada na Av. Baltazar de
Oliveira Garcia! Nada! Só o que aconteceu foi nós irmos caminhar na Av.
Baltazar, caminhar, fazer reunião, audiência pública, e, até agora, não
aconteceu nada. Os que estão com o dinheiro não querem fazer nada pelo comércio
da Av. Baltazar de Oliveira Garcia. Não entendo por que não começaram as obras
até agora, é tão pouco dinheiro para dar contrapartida... Olha, vou dizer uma coisa:
é terrível. Eu sei a dificuldade pela qual o comércio está passando. Não é
porque eu também tenho comércio, mas a maioria das pessoas está passando por
uma verdadeira necessidade para manter seu comércio aberto. Imaginem: chega ao
final do mês, tem de pagar aluguel, pagar prestação, luz, água, IPTU, imposto,
e aí o cidadão não tem para pagar e passa por mau pagador.
Pois
bem, 219 dias, mas parece que vem aí uma luz no fim do túnel. A Presidenta estava
me falando que, no dia 27, haverá audiência com a Governadora. Dia 27, estarão
completando 240 dias de Governo.
Mas
o pior ainda: hoje está fazendo 117 dias que o Secretário Záchia nos atendeu,
que iria formar uma Comissão para nós irmos para o Rio, e, até agora, também
não aconteceu nada. Hoje, 117 dias, e dia 27, estarão completando 138 dias.
Secretário, você imagina a dificuldade que nós temos para transitar na Av.
Baltazar de Oliveira Garcia? Só a Secretaria de Obras já gastou 115 toneladas
de asfalto para tapar buraco, e não é obra do Prefeito Fogaça; é obra da
Governadora, porque é a Governadora quem está lá. As pessoas dizem que era do
Governo Rigotto, que foi no Governo do Rigotto que começou, mas só que não foi
só no Governo Rigotto, esse Projeto já estava lá no Governo Olívio, quando
começou a duplicação da ponte da Av. Baltazar de Oliveira Garcia, aquela que
divide os dois Municípios. Levaram três anos para completar uma simples ponte
na Av. Baltazar. Aquela quadra, do Colégio São Francisco até chegar em
Alvorada, literalmente quebrou, quebrou, só que as pessoas não lembram que
começou lá atrás, em 1998, e era um projeto que não previa a duplicação da
ponte da Av. Baltazar.
Aí,
vocês imaginem, três anos para completar uma ponte, e agora a obra de cinco
quilômetros de asfalto, Ver. Sebastião Melo, não sai do papel! Mas parece que
dia 27 a Governadora vai nos atender, e aí a gente vai falar com a Governadora,
porque eu tenho direito de falar com a Governadora, porque eu votei na
Governadora, fiz campanha para a Governadora, isso eu não vou cansar de repetir
nunca, porque eu fiz, e eu acho que isso nada mais é do que o direito que este
Vereador tem, porque eu desfilei na Cidade, assim como os Vereadores Luiz Braz,
Claudio Sebenelo e Mario Fraga, enfim, foram vários Vereadores, aqui, pedindo
votos para a Yeda. E eu gostaria que o Ver. Claudio Sebenelo tivesse a
qualidade também de cobrar, porque ele pediu votos para Yeda. Yeda, Yeda!
Então, faça a cobrança, Vereador, nos ajude!
(Aparte
anti-regimental do Ver. Claudio Sebenelo.)
O
SR. ALCEU BRASINHA: O
encontro está marcado para o dia 27 de agosto, mas, para quem está precisando,
V. Exª não acha que é muito tempo para marcar uma audiência com a Governadora?
São 21 dias, a partir de hoje, para acontecer; é brabo. Mas, Srª Governadora,
acredito em V. Exª, continuo acreditando que V. Exª vai fazer alguma coisa pelo
Rio Grande e vai ajudar o comércio da Av. Baltazar a se levantar. Era isso.
Obrigado, Vereadores.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; meus colegas Vereadores e Vereadoras; Ver.
Brasinha, “Governo e feijão só funcionam na pressão”.
Nós precisamos, efetivamente... Acho que houve um
equívoco do Governo anterior, liderado pelo meu companheiro, o grande
companheiro Germano Rigotto, de ter iniciado uma obra sem a previsão
orçamentária. Se havia dinheiro para fazer um quilômetro, que abrissem um
quilômetro de obra; se havia dinheiro para fazer meio quilômetro, que abrisse
meio quilômetro. Mas abrir cinco quilômetros e meio de obra e transformar no
que se transformou a Av. Baltazar? Eu quero dizer que o custo social daquela
obra é impagável. É impagável. Então V. Exª cobra com razão.
Mas eu quero, Presidenta, cumprimentar V. Exª, a
Mesa Diretora; por extensão, a nossa UAMPA, pela a iniciativa das audiências
públicas, relativamente ao nosso Plano Diretor que, para mim,
indiscutivelmente, é a matéria mais importante desta Legislatura. E a gente vai
recebendo contribuições, ouvindo as pessoas. Acho que a Audiência aqui foi um
sucesso; a Audiência de sábado - que não teve a mesma quantidade de pessoas -
foi qualitativa. E eu queria aqui dizer, Presidenta, então, que eu acho que
estas audiências vão esquentando, na medida em que todos nós vamos mobilizando
um pouco mais.
Mas eu queria tentar, Ver. Guilherme, colocar um
pouco daquilo que coloquei lá na A. J. Renner, lá no DMAE. Primeiro, nós
estamos reavaliando o Plano, e parece que muitos não compreenderam e acham que
nós vamos fazer um novo Plano. Não. Nós não vamos fazer um novo Plano; nós
vamos reavaliar. E aí, Ver. Braz, tem uma coisa que também não está
sintonizada, o diálogo não está correto. Eu preciso, para reavaliar - e eu, até
agora, não vi esta pauta -, saber o que está dando certo no atual Plano e o que
não está dando certo no atual Plano, porque, se eu não partir desta premissa,
como é que eu vou reavaliar, se eu não tenho esmiuçada essa questão?
Então, eu acho que a Câmara, Presidenta, tinha de
colocar como pauta número um, por exemplo, as alturas. Eu, pessoalmente, não
tenho dificuldades com alturas, eu acho que os recuos têm de ser melhor
trabalhados, e acho que este é um tema que pode ser reavaliado. Eu não posso
reduzir a questão do Plano Diretor à Macrozona 1, Ver. Adeli. A Cidade é muito
maior do que isto. O Brasil dos anos 60 era um Brasil rural; o Brasil do século
atual, XXI, é um Brasil urbano, 85% das pessoas vivem nas cidades. Ora, se as
pessoas vivem na cidade, a chamada Reforma Urbana é urgente neste País, muito
mais do que a Reforma Agrária. Eu não posso fazer a reavaliação do Plano
Diretor sem ter um olhar para a Cidade regular e para a Cidade irregular. E me
parece que há um equívoco na discussão desta matéria até agora, porque eu não
vi pautada, nenhum pouquinho, a discussão de como nós vamos enfrentar centenas,
dezenas de loteamentos irregulares nesta Cidade; áreas públicas ocupadas, áreas
privadas ocupadas, áreas de risco - são 20 mil famílias que moram. Aquela
senhora, moradora lá da Vila Jardim, Verª Maristela, lembrou de um tema muitas
vezes debatido. Lá existem dois traçados para a Radial Anita; as pessoas não
podem modificar, não podem vender os seus imóveis. Será que nós vamos reavaliar
o Plano sem definir uma malha viária definitiva neste Município? Acho que não
está correto. E a nossa orla do Guaíba, que estamos tratando aí da elevação do
esgoto? É preciso haver um Plano Diretor para a orla do Guaíba. É preciso haver
um plano cicloviário para esta Cidade, que tem hoje veículos demais, quase 600
mil veículos. É preciso ter um traçado do metrô - que pode acontecer daqui a 20
anos. A Perimetral foi traçada há 50 anos, e a sua execução só veio acontecer
50 anos depois. Então, eu diria, Presidenta, que, talvez, Vossa Excelência -
antes das próximas reuniões, das audiências públicas - nos convocasse, as
Bancadas, para que a gente pudesse estabelecer uma pauta mínima de unidade
sobre temas que, na minha avaliação, não foram discutidos até agora. É evidente
que as pessoas vão lá discutir o que querem, mas, no olhar da Câmara, no
pensamento médio da Câmara, nós achamos que esses temas precisam ser
enfrentados, porque nós teremos um ganho com isto, porque, com certeza, vem a
Comissão, que vai fazer de novo as suas reuniões. E estas audiências, com
certeza, serão muito valiosas para nós enfrentarmos esta matéria aqui; eu não
tenho dúvida nenhuma em dizer que acho que é a matéria mais importante que tem
nesta Legislatura, porque trabalhar o planejamento de uma cidade é trabalhar o
futuro desta Cidade para onde ela quer ir, qual o meio ambiente que nós
queremos sustentar aqui nesta Cidade. Afinal de contas, você olha para 4°
Distrito e vê morto, apagado; é hora de você usar o Plano Diretor como um
indutor de desenvolvimento para isto.
Portanto, sugiro a Vossa Excelência que nós
possamos ter uma pauta mínima consensualizada. Muito obrigado, Srª Presidenta.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Clênia
Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o Ver.
Sebastião Melo trouxe aqui a discussão do Plano Diretor. Eu acho uma coisa
extremamente importante e quero falar um pouco sobre isso. Mas, antes, eu
queria responder algumas das questões trazidas pelo Ver. Todeschini, na minha
avaliação, de uma forma absolutamente irresponsável.
Primeiro,
eu não sei se o Vereador não sabe, não sei se as pessoas esquecem aquilo que
querem esquecer, mas o Vereador deve saber, porque ele foi, por 16 anos,
vinculado ao Governo do Município. Então, eu só queria recuperar a verdade e
dizer que a obra do Conduto da Álvaro Chaves foi licitada e contratada no
Governo do Vereador. Então, esta informação é uma informação fundamental, que
parece que ele esqueceu.
E queria dizer que, inclusive, no dia 25 de janeiro, o Banco Mundial exigiu uma auditoria em relação às contratações que haviam sido feitas no seu Governo. Todos os estudos mostram que, nos três lotes, havia divergências de dados, e, por isso, teve que ser feito todo um reestudo dessa situação. Quem conduziu esse processo foi o seu Governo, as falhas que foram constatadas foram falhas desse processo - diretamente nos contratos dos três lotes, feitos ainda no Governo passado. Evidentemente, isso retardou os trabalhos, porque nós temos responsabilidade e só podemos tocar uma obra quando há absolutamente clareza em relação aos procedimentos. E, se erros foram cometidos, esses erros tiveram que ser corrigidos, foram corrigidos e ainda estão sendo analisados, neste momento, quanto à forma como foi encaminhado pelos dirigentes do seu Partido que estavam no Governo naquele momento.
Então, nós temos toda a responsabilidade em relação a isso; estamos trabalhando com muita qualidade. As equipes que coordenam são extremamente responsáveis, idôneas, sérias e competentes. Agora, infelizmente, os erros cometidos no Governo passado têm atrasado muito isso e, inclusive, feito com que tivéssemos que fazer uma auditoria para avaliar o conjunto dos contratos, na medida em que havia divergências em relação a esses números. Mas essa avaliação que, talvez, V. Exª não tenha - ou talvez V. Exª tenha esquecido - é importante de se recuperar, porque é a verdade dos fatos, e é importante que quem faça os erros assuma a responsabilidade dos seus erros, e não transfira esses erros para outras pessoas que não foram as responsáveis. Neste caso, os responsáveis foram os dirigentes do seu Governo, que fizeram erradamente esse tipo de contrato. Por isso é que o Banco Mundial pediu auditoria, e por isso é que o Governo fez a auditoria, e é por isso que houve um atraso em relação a todo o processo. O senhor conhece isso muito mais do que eu, tem muito mais detalhes do que eu e sabe muito bem do que eu estou falando, quais foram os erros e por que eles foram feitos. Então, se o senhor quiser discutir isto, nós teremos muito “pano para manga”, teremos muita coisa para elucidar e muita coisa para discutir.
Mas eu queria dialogar com os Srs. Vereadores que, por acaso, não puderam estar aqui na sexta-feira, à noite, que, quando nós abrimos a Casa, nós, os Vereadores desta Casa, convocados pela Mesa Diretora, para fazer essa aproximação do nosso Parlamento com o nosso Município e com as Lideranças do nosso Município, em relação ao Plano Diretor, eu achei que nós deveríamos dividir com as Sras. Vereadoras e com os Srs. Vereadores a discussão daquele momento, porque eu acho que foi muito importante o início desse processo; a gente começa a discutir os conceitos do Plano Diretor, porque, na verdade, nós não temos ainda um Projeto apresentado a esta Casa.
O
SR. MÁRCIO BINS ELY: Exma Srª Presidenta, Maria Celeste, na pessoa
de V. Exª, quero cumprimentar os demais Vereadores e Vereadoras desta Casa;
público que nos assiste nas galerias e na TV Câmara; senhoras e senhores.
Eu
venho a esta tribuna, hoje, no período de Liderança, falar em nome do meu
Partido, o PDT, nesta Casa, representado pela Bancada composta pelos
Vers. Nereu D’Avila, Neuza Canabarro, Mario Fraga, Ervino Besson e Márcio Bins
Ely.
Quero
dizer, Sras
Vereadoras e Srs.
Vereadores, que hoje cheguei um pouco atrasado a este plenário porque estava
participando do sepultamento de uma querida amiga, a colega, estudante de
Direito, Soraya Charara, que faleceu no acidente aéreo do vôo 3054 da TAM. Foi
um dos últimos corpos de vítimas gaúchas identificadas nesse trágico acidente
que enlutou toda a família gaúcha e a família brasileira, inclusive
considerando a dificuldade para identificação dos corpos.
Então,
eu gostaria, neste período de Liderança, de me somar a todas as famílias
enlutadas e fazer o reconhecimento público ao empenho desses profissionais
legistas que conseguiram, apesar do fogo e de todas as dificuldades,
identificar esses corpos. A gente sabe o quanto é importante para as famílias o
direito de, no mínimo, enterrar seus familiares.
Realmente essa é uma tragédia. Nós ainda
acompanhamos as discussões, hoje, nos veículos de comunicação, procurando uma
explicação para aquele acidente. Nós sabemos que várias foram as circunstâncias
que ocasionaram esse desastre no nosso País, um dos cinco maiores acidentes
aéreos registrados na história da humanidade. Praticamente, confirmam-se mais
de 200 mortes, entre passageiros e tripulantes da aeronave e aqueles que
estavam no solo.
Queremos dizer da nossa consternação com toda a
circunstância que envolveu esse acidente, também no que diz respeito às
condições da pista. Em realidade, está constatado e comprovado que uma pista de
aeroporto não pode permitir deslizamentos, não pode estar escorregadia, enfim,
as ranhuras deveriam estar disponíveis e não estavam; um item de segurança que,
infelizmente, não constava naquele momento.
Também
há a questão dos problemas que envolviam a aeronave e o fato de alguns, por
algum interesse, vazaram a informação da caixa-preta, transferindo ao piloto a
culpa pelo acidente. Acho que esse tipo de postura nós não podemos acompanhar
de maneira alguma. É uma situação muito triste. Decorrido todo esse período,
ainda estamos recebendo as pessoas vitimadas nessa tragédia, e não poderíamos nos
furtar de nos manifestar neste momento duro, neste momento difícil em que
estamos nos despedindo de pessoas amigas - ainda hoje, nos despedimos de
pessoas próximas que foram vitimadas pelo vôo 3054 da TAM.
Eu gostaria também de me referir, nessa mesma
linha, na linha da indignação, à falta de ação, principalmente daqueles que têm
a responsabilidade de zelar pela segurança da nossa população. Hoje vamos ter
uma Audiência Pública nesta Casa a respeito do caso que envolveu a morte da
estudante Cristina Cupini; sabemos que as circunstâncias foram em torno da
segurança: houve um assalto a carro-forte, e uma bala perdida vitimou a
Cristina e fez com que toda sua família ficasse enlutada e nós perdêssemos essa
jovem que, infelizmente, em função da violência, da proximidade com as agências
bancárias, foi vitimada, veio a falecer. Hoje vamos acompanhar de perto essa
discussão. Sabemos, inclusive, que o Ver. Professor Garcia é autor de uma
legislação que visa a corrigir essa situação. Não sabemos, não analisamos ainda
se realmente isso vai trazer um benefício imediato, mas acreditamos que sim, e
temos que lutar, utilizando instrumentos e ferramentas como esta tribuna para
nos manifestar, para que coisas desse tipo e acidentes desse gênero não venham
a se repetir, não venham mais a ocorrer. Estas são as nossas considerações.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª
Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, vivemos na nossa
Cidade, Capital do Estado do Rio Grande do Sul, uma das maiores inércias e
incompetências já vistas na história desta Cidade, e lamento muito isso, porque
não é possível mais, no estágio em que vivemos, fazer oposição por oposição,
porque todos nós sabemos, pagadores de impostos diretos ou indiretos, o quanto
isso custa para uma cidade dessa grandeza, tanto geográfica como populacional.
Temos que passar por situações vexatórias para quem visitava, para quem
visita ou para quem espera de uma capital cosmopolita como realmente ela
deveria ser. E é nos mínimos detalhes. E, das coisas maiores como, por exemplo,
aquilo que só se fala: alguém ouve ainda falar no camelódromo, que foi um Projeto
debatido por tantos anos? E dos Portais?
Eu quero saber quem vai pagar o custo de tantas
viagens, Ver. Adeli Sell, do Secretário, que só viaja, que só sabe dialogar e
que diz que nós, preocupados com a Cidade, só sabemos falar em puxadinhos; e
ele fica com as grandes teses. Quem paga pelas viagens e pelos pré-projetos
estabelecidos por este Governo nessa área?
Nós estamos com os nossos corredores de ônibus
caindo aos pedaços, deteriorados; é vergonhoso! Continuo falando da parada
insegura, aqui em frente ao Largo Zumbi dos Palmares.
Quem está sendo, neste momento, o responsável pela
manutenção das paradas seguras? Vereadora - e sempre Secretária de Cultura
desta Cidade - Margarete Moraes, quem está sendo responsável neste momento? Nós
vamos ter sinistros que não gosto nem de pensar. E se nós não falarmos sobre
isso, ainda vamos ser responsabilizados: há fios desencapados nas chamadas
“paradas seguras”. Não existe mais a placa publicitária com iluminação. Então,
eu estou fazendo oposição? O próprio Governo é oposição de si mesmo e de toda a
cidade de Porto Alegre!
Até onde vai essa torre de babel, de descomando
desta Cidade?
Senhoras
e senhores, quero quase pedir um minuto de silêncio, porque é lamentável que
uma cidade esteja assim. Se houvesse perspectivas de obras futuras, e a Cidade
estivesse parada por causa de obras... Vejam o desespero do Ver. Brasinha, que
falou anteriormente. Nós estamos falindo os pequenos e médios comerciantes de
Porto Alegre! O Governo do Estado e a Prefeitura de Porto Alegre - há que se
chamar uma reunião com a Defesa do Consumidor - estão acabando com os empregos!
E não me olhem como se eu estivesse aqui com cara de caos! Não precisa andar
muito para ver o que está acontecendo: na Av. Cristóvão Colombo, os
comerciantes estão desesperados; na Av. Baltazar de Oliveira Garcia, quase não
existe mais comércio - e a nossa Presidenta, que passa todos os dias por
lá, é testemunha do desespero de pais e mães de família, comerciárias, que, na
maioria, são chefes de família e que estão desempregadas. Quem vai responder?
Até quando vai se jogar a bola para frente, para esperar resolver os problemas
da via e da vida dessas pessoas, que já acabaram?
Então,
senhoras e senhores, nós estamos em um momento de calamidade pública. E este
não é um olhar alarmista, é um olhar de quem foi eleita por esta Cidade, assim
como todos nós, Vereadores, e que estamos preocupados com a vida da Cidade, que
deveria ser vista como cosmopolita. E nós vemos os Secretários apenas viajando,
para não estarem aqui ou nas vilas enfrentando os problemas. É uma covardia do
tamanho da irresponsabilidade daqueles que diziam que iam ser a mudança desta
Cidade! Não é nada pessoal, mas é, realmente, algo que está aterrorizando todos
nós, fora os outros problemas que nós teremos aí pela frente. Enquanto nós
estamos aqui discutindo, enquanto a Prefeitura e o Governo do Estado não
resolvem os nossos problemas, o caos, infelizmente, se instalou. Infelizmente,
isto não é apenas um discurso, não é apenas alguém que está fazendo oposição; é
a realidade que nós estamos vivendo. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Ver.
Todeschini, solicito que V. Exª encaminhe este Requerimento, por escrito, à
Mesa.
Passamos
à
Em votação o acordo feito pelas Lideranças, para
que os Projetos constantes da Ordem do Dia sejam apreciados na seguinte ordem:
Requerimento s/nº (Proc. nº 2653/07 - CEDECONDH.); Requerimento nº 067/06; PELO
nº 008/05; PLL nº 212/05; PR nº 111/05; PR nº 105/05; PR nº 117/05; PLL nº
205/06. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO.
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. s/n. – (Proc. Nº
2653/07 – Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana
- CEDECONDH) – indicando
as funcionárias Fernanda Kerbes, como titular, e Terezinha Marquez, como
suplente, na representação deste Legislativo junto ao Conselho Municipal de
Defesa da Criança e do Adolescente – CMDCA.
(incluído em 06-08-07)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação o Requerimento s/nº, da Comissão de
Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana. (Pausa.)
O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de Ordem): Só uma
pergunta, Srª Presidenta: as
duas pessoas indicadas são servidoras do Quadro da Câmara?
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Srª Fernanda Kerbes é funcionária
cedida...
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Mas são funcionárias do Quadro?
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Funcionárias do Quadro.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Todas as duas?
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Com relação à segunda, eu não sei
informar, mas a Srª Fernanda é funcionária cedida do Município de Porto Alegre
para a Câmara Municipal.
O SR. CLAUDIO SEBENELO (Requerimento): Srª Presidenta, solicito o adiamento da
votação, por uma Sessão, do Requerimento s/nº da CEDECONDH, Processo n°
2653/07.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. Claudio Sebenelo. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 067/06 – (Proc. Nº 1877/06 – Ver.
Elias Vidal e outros) – requer Moção de Apoio ao Movimento criado pela
Federação Nacional dos Clubes Sociais e Esportivos do Brasil em favor de uma
lei federal de incentivo ao esporte. (incluído em 12-04-06)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação o Requerimento nº 067/06. (Pausa.)
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Srª Presidenta, tendo em vista que o
autor não se encontra presente neste momento, solicito o adiamento da votação,
por uma Sessão, do Requerimento nº 067/06.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação o Requerimento de autoria da
Verª Clênia Maranhão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte)
3ª SESSÃO
PROC.
Nº 2287/05 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 008/05, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que altera a redação
do § 2º e inclui § 3.º no art. 91 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, que trata da
substituição do Prefeito no caso de impedimento do Presidente da Câmara
Municipal.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver.
Luiz Braz: pela aprovação do Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver.
Carlos Comassetto: pela aprovação do Projeto;
-
da CECE. Relatora Ver.ª
Sofia Cavedon: pela rejeição do Projeto;
-
da CEDECONDH. Relator Ver.
Carlos Todeschini: pela rejeição do Projeto;
-
da COSMAM. Relatora Ver.ª
Mônica Leal: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
discussão geral nos termos do art. 129 do regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia em 25-09-06;
-
adiada a discussão por uma Sessão.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em discussão o PELO nº 008/05. (Pausa.) O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PELO nº 008/05.
O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Verª Maria
Celeste; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; senhoras e senhores; Ver. João Dib,
vou dialogar um pouco com V. Exª, porque V. Exª é o autor da proposição, e, lá
na nossa Comissão de Finanças e Orçamento, eu fui o Relator e dei Parecer
favorável, pela aprovação. Hoje nós temos a seguinte linha sucessória: quando
não pode o Prefeito, imediatamente assume o Vice-Prefeito, porque ele é eleito
exatamente para isso; não podendo o Vice-Prefeito, vem o Presidente da Câmara.
Eu me lembro de que nós tivemos um tempo em que,
naturalmente, quando não podia assumir o Presidente da Câmara, assumia outro
membro da Mesa desta Casa, ou seja, aquele que estivesse legalmente capacitado.
Em caso de impedimento dos membros da Câmara, nós tivemos um tempo em que houve
um vazio legislativo, pois, como nós não temos Poder Judiciário Municipal, nós
não tínhamos, a exemplo do que acontece no Estado e na União, a seqüência com o
Presidente do Tribunal. Então, nós caíamos no vazio. Vossa Excelência, com esse
seu Projeto, quer dar um encadeamento diferente nessa linha sucessória.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre
Ver. Luiz Braz, a Lei Orgânica diz, taxativamente: “o Presidente”. Agora, numa
manobra da Comissão de Justiça, na Redação Final, substituíram o verbo
“responderá” - e não havia nem o verbo “responderá” - por “assumirá”: assumirá
o Procurador-Geral do Município exercendo o cargo de Prefeito, inclusive
sanciona leis, emite decretos, faz todos os atos que são pertinentes
exclusivamente ao Prefeito, na forma do art. 94 da Lei Orgânica.
É
por isso que propus, pois é preciso retirar essa excrescência da Lei Orgânica.
O Procurador-Geral do Município, no passado, assumiu e, no mesmo dia, fez um
Decreto, reestruturou toda a Procuradoria; não pode acontecer isso!
O
SR. LUIZ BRAZ: V. Exª,
então, faz uma nova seqüência. E, nessa seqüência hierárquica, V. Exª coloca o
Prefeito, o Vice-Prefeito, o Presidente da Câmara, mas V. Exª coloca também
todos os outros membros da Câmara, como já aconteceu há algum tempo, por
interpretação.
O
Sr. João Antonio Dib: É
que, na Lei Orgânica, somente o Presidente pode assumir; o Vice-Presidente da
Câmara não pode. No passado, assumiram, inclusive quando eu fui Prefeito, o 1º
Vice e o 2º Vice, a Prefeitura. Mesmo antes de 1990, quando editamos a Lei
Orgânica, o Vereador Clóvis Brum substituiu o Prefeito, mas, depois, alterada a
Lei, ele não pôde mais substituir.
O
SR. LUIZ BRAZ: Já não
pôde mais. Bem, então, na sua seqüência, o Procurador-Geral do Município não
mais assumiria, ele não ficaria com essa função de assumir. Depois do
Vice-Prefeito, a função cairia exatamente na seqüência da Câmara: ou seria o
Presidente da Câmara, ou seria o Vereador mais idoso.
O
Sr. João Antonio Dib:
Não! O 1º Vice, o 2º Vice, o 1º Secretário, o 2º Secretário, o 3º Secretário,
se todos estivessem impedidos, seria o Vereador mais idoso.
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver. João
Dib, seria uma outra discussão que também sempre se fez: quando o Presidente da
Câmara não pode, quando ele está impedido e não pode ser o Presidente da Câmara
naquele instante, o Vice-Presidente assume como se Presidente fosse. Quando o
Vice não pode, os outros membros da Câmara vão assumindo na função de
Presidente da Câmara. E, quando há vacância no Executivo, esse Presidente da
Câmara vai para lá e assume a Prefeitura. Aí pergunto a V. Exª o seguinte:
nesse caso aqui, bastaria o Presidente da Câmara se dar por impedido. Ele
continuaria sendo Presidente da Câmara e, para lá, iria o Vice-Presidente,
normalmente, nessa lógica que V. Exª coloca no seu Projeto?
O Sr. João Antonio Dib: Nobre Ver.
Luiz Braz, não. É taxativo: “o Presidente”. O Presidente se licencia, assume temporariamente
o 1º Vice, depois o 2º Vice. Mas não é o Presidente, é o Presidente em
exercício. O Presidente é um só: hoje é a Verª Maria Celeste.
O SR. LUIZ BRAZ: Seria o Presidente ou o
Presidente em exercício.
O Sr. João Antonio Dib: Na Lei
Orgânica, só a Verª Maria Celeste pode assumir a Prefeitura.
O SR. LUIZ BRAZ: Na alteração de V. Exª, não. Aí
poderiam outros membros também. Mas é claro que pode existir, Ver. João Antonio
Dib, uma situação assim: a Verª Maria Celeste, hoje, por exemplo, é a Presidente
da Casa, dá-se por impedida por qualquer fator. Vamos dizer que ela queira
concorrer a uma eleição e, por isso, ela não quer assumir o cargo na
Prefeitura...
O Sr. João Antonio Dib: Ela continua
Presidenta, e assume a Verª Maristela Meneghetti, em exercício da presidência.
Ela não é Presidenta; é a 1ª Vice exercendo a Presidência.
O SR. LUIZ BRAZ: Mas a situação que eu estou
colocando...
O Sr. João Antonio Dib: Só se ela
renunciar.
O SR. LUIZ BRAZ: A situação que estou colocando é
que a Verª Maria Celeste continuaria como Presidente da Câmara; e a Verª
Maristela Meneghetti, na Vice-Presidência, sem ser Presidente da Câmara, iria
para lá e assumiria a Prefeitura.
O Sr. João Antonio Dib: Ela é a
Vice-Presidenta no exercício da presidência - ela não é a Presidenta. A
Presidenta é uma só; o Presidente é um só. Diz-se “o Presidente”. Não há
dúvidas quanto a essa interpretação, já no passado foi feita. Por isso é que
fizeram a alteração dessa Lei, que qualquer dos Secretários do Prefeito pode
responder pelo expediente. Agora, exercer o cargo de Prefeito, nenhum deles. E
aqui toda Mesa poderia, qualquer pessoa da Mesa, se autorizada na Lei Orgânica.
Porque, no Direito Público - V. Exª sabe mais do que eu -, só o que está
autorizado é que pode; o que não está autorizado, não.
O SR. LUIZ BRAZ: Está certo. Eu faço a discussão
com V. Exª, que sabe que, lá na Comissão de Finanças e Orçamento, dei Parecer
favorável ao Projeto, porque acredito que nós precisamos, realmente, esclarecer
essa linha sucessória. Obrigada, Srª Presidenta.
(Não revisado pelo orador.)
(A Verª Maristela Meneghetti reassume a presidência
dos trabalhos.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver.
Luiz Braz.
O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para
discutir o PELO nº 008/05.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta,
Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, nós, Ver. João Antonio Dib, temos simpatia pelo seu Projeto,
achamos que ele tem coerência, e, portanto, pretendemos votar favoravelmente.
Agora, eu queria dialogar com V. Exª, pois V. Exª estabelece que, na ausência
do Prefeito, quem assume é o Vice-Prefeito; na ausência do Vice-Prefeito, a
Presidência da Casa; e, não podendo assumir a Presidência da Casa, pela ordem:
1º Vice, 2º Vice-Presidente, Secretários, e assim por diante, até completar
todos os membros da Mesa.
Agora, eu vou perguntar a V. Exª o seguinte:
vamos imaginar que se esteja próximo de uma eleição, e todos os membros da Mesa
são candidatos à reeleição; eles se tornam inelegíveis ao assumir a Prefeitura.
Então, eu entendo que V. Exª pode manter essa lógica, mas V. Exª tem que
colocar lá que, no impedimento de todos os membros da Mesa, assume o
Procurador-Geral do Município. Aí acho que V. Exª responderá, porque, senão,
significa que, em determinado momento, não se terá Prefeito da Cidade. Quem
substitui o Governador lá no Estado? É o Vice-Governador, é o Presidente da
Assembléia e, na ausência dos dois, o Presidente do Tribunal de Justiça do Rio
Grande do Sul. Na União, assume o Vice-Presidente da República, o Presidente da
Câmara e depois o Presidente do Supremo. Aqui no Município, nós não temos o
Terceiro Poder. Volto a dizer, Ver. João Antonio Dib: se os cinco membros da
Mesa são candidatos à reeleição, tornar-se-ão inelegíveis se assumirem a
Prefeitura. Como é que se resolve isso? Entendo V. Exª, mas tem-se que botar lá
que, no impedimento de todos os membros da Mesa, conforme ele escalonou, que
assuma o Procurador do Município. Se o 1º Vice não puder assumir, se o 2º Vice
não puder assumir, se o Secretário não puder assumir...
(Aparte anti-regimental da Verª Sofia Cavedon.)
O SR. SEBASTIÃO MELO: Então, eu tenho
o entendimento que dá para votar o Projeto, mas tem que se corrigir essa questão,
porque, senão, eu vou ter problemas. Num determinado momento, a Cidade vai
ficar sem Prefeito. É evidente que vários já assumiram essa Prefeitura, sem
voto, em determinado momento. Mas tem uma lógica: o sujeito teve voto para
assumir a Prefeitura. Portanto, Procurador-Geral. Acho que V. Exª apóia muito
bem quando o nosso Procurador Favreto - se é que não estou enganado - é que
procedeu, através de um Decreto, fazendo toda a mudança na Procuradoria do
Município. Acho que esse exemplo simboliza que, efetivamente, não foi uma boa
atitude do Sr. Procurador. Ele poderia até ter essa intenção, mas ele poderia
negociar com o Prefeito, na sua volta. Mas não ele fazer.
Encerro por aqui, Presidenta, dizendo que sou
favorável, mas quero que V. Exª, Ver. Dib, reflita sobre esse raciocínio,
porque acho que não estou errado sobre ele. Senão, num determinado momento,
como V. Exª está elencando aqui (Lê.): “No caso de impedimento do Presidente da
Câmara Municipal, assumirá um dos membros da Mesa Diretora do Poder Legislativo
Municipal, na seguinte ordem: 1º Vice-Presidente; 2º Vice-Presidente; 1º
Secretário; 2º Secretário; 3º Secretário. No caso do impedimento de todos os
membros da Mesa Diretora, assumirá o Vereador mais idoso”. E V. Exª, se for
candidato à reeleição, não vai querer assumir. Portanto, entendo que, depois de
tudo isso, tem que ser o Procurador; senão, num determinado momento, nós não
vamos ter Prefeito na Cidade.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, o Ver. Luiz Braz está
querendo apresentar uma Emenda que resolve o problema. No caso de impedimento
de toda a Mesa, nós tiramos o Vereador mais idoso e colocamos que o Prefeito
indicará, para responder pelo expediente da Prefeitura, o Procurador-Geral.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Bom, “aí as
abóboras já começam a se acomodar na carreta”. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): A Verª Clênia
Maranhão está com a palavra para discutir o PELO nº 008/05.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, com todo o respeito ao Ver. João Dib, que
é o autor deste Projeto - mas nós estamos num processo de discussão -, eu quero
dizer que acho este Projeto um absurdo, simplesmente um absurdo! Por quê?
Porque o Brasil tem uma lógica institucional, tem uma forma de organização:
quando o Executivo se ausenta, assume o Legislativo, depois o Judiciário. O
Município não tem o Poder Judiciário equivalente aos governos estaduais e
federais; por isso é a Procuradoria do Município. Sempre foi assim, e é assim
em todos os Municípios. Agora vamos fazer um exercício: sai o Prefeito de Porto
Alegre, há seis membros na Mesa; se o Prefeito precisar, por acaso, se ausentar
por sete dias, os Vereadores, sendo candidatos, Ver. Bernardino, todos eles
ficarão impedidos, porque, senão, eles perdem o direito de ser candidatos. Se o
Presidente da Mesa é candidato, vai o Vice; se o Vice é candidato, vai o outro
Vice, até chegar ao último, depois vai o Vereador mais velho. Eu tenho dúvida
de quem é; o Ver. Nedel já está requisitando, previamente, esse direito. O
Nedel já está dizendo que vai ser ele, caso este Projeto seja aprovado, porque,
segundo ele, ele é o mais velho. Quer dizer, nós estamos falando numa lei que
tem até nomes; pelo amor de Deus!
Quero fazer um outro exercício. Viaja o Prefeito de
Porto Alegre por sete dias - não na nossa Mesa atual, que é séria, responsável,
competente, mas uma lei não pode ser feita para o presente, ela tem que ser
feita para o futuro -; se, por um acaso, por uma fatalidade, no futuro, uma vez
os Vereadores cometam erro, a Mesa, sendo muito ávida de poder, sabem o que
pode acontecer? Pode assumir, no primeiro dia, o Presidente; se ele se
considera impedido, assume o Vice, faz um acordo, assume o 2º Vice, o
Secretário-Geral. Sabe quantos Prefeitos Porto Alegre poderá ter em sete dias,
Ver. Mario Fraga? Sete Prefeitos! Seria um rodízio de Prefeitos Suplentes
assumindo, porque, quando não houver mais nenhum membro da Mesa, assume o
Vereador mais velho. Eu estou até achando que vou colocar uma outra Emenda: que
a próxima, depois do mais velho, seja uma mulher! E vou defender que seja de
uma etnia minoritária no Poder, que seja de origem indígena, porque está
ficando tão pessoal este Projeto, que não dá para levar tão a sério assim este
debate!
Por último, acho que há uma
coisa incrível: eu estou nesta Casa há 15 anos; no Governo Collares, o
Procurador-Geral era um homem, o Dr. Mathias - aliás, um grande político -, e,
de lá para cá, nesses 15 anos que estou aqui acompanhando, em todas as vezes, o
Procurador-Geral do Município era um homem, que sempre assumiu. Não é incrível
que, pela primeira vez na história, Porto Alegre tem uma mulher
Procuradora-Geral, aliás, uma Procuradora exemplar, uma das maiores Lideranças
políticas deste Estado, e, exatamente, neste momento de ocupação de um espaço
feminino, extremamente difícil, só realmente uma pessoa tão competente como a
nossa Procuradora-Geral, Mercedes Rodrigues, essa discussão aparece!
Então, eu acho que nós temos que ter muita
responsabilidade quando votamos um Projeto como este, porque estamos tratando
da imagem pública do Município, que não pode ter a possibilidade de ter o
rodízio de sete Prefeitos Suplentes durante uma semana! Além do que, acho que
tem um componente um pouco machista na proposta do Projeto. É uma discussão
política - não é pessoal - que estou fazendo com o Ver. João Dib, mas acho que
não podemos aprovar este Projeto, porque ele cria margem para negociações que,
inclusive, não fazem parte do estilo desta Casa, da história desta Casa e da
seriedade pública desta Casa.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTE (Maristela Meneghetti): A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra para discutir o PELO nº 008/05. (Pausa.) O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para discutir o PELO nº 008/05.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu começo dizendo que
nem sempre foi assim. Eu sou um Vereador que está há muito tempo nesta Casa, e
muito atento ao Regimento Interno e com a Lei Orgânica. Então, nem sempre foi
assim, mas sempre eu entendi que os meus colegas eram sérios, responsáveis e
não brincavam na presidência e na Mesa da Câmara, não fariam, de forma nenhuma,
essa barbaridade de um substituir o outro; é desprezar os colegas dizer uma coisa dessas: que na
Prefeitura, em sete dias, teria sete Prefeitos; oito, com o titular; isso é
brincar de Vereador! Não é Vereador que diz isso; é brincalhão em matéria de
Vereador.
Eu
estou revoltado é que o Ver. Elói Guimarães apresentou uma Emenda à Lei
Orgânica, para que não houvesse problema na Prefeitura com relação a qual
Secretário vai assumir. Ele, como é Procurador aposentado do Município,
entendeu que deveria responder pelo expediente da Prefeitura o
Procurador-Geral; é absolutamente normal. Eu mesmo, como Secretário do Governo,
respondi pelo expediente da Prefeitura durante 20 dias. Eu não podia assinar
leis, não podia assinar decretos; para uma série de coisas, eu estava impedido;
apenas a parte administrativa eu podia exercer dentro da Prefeitura. Isso
queria o Ver. Elói Guimarães; foi aprovado; houve um destaque aqui, e foi
retira a expressão “responderá pelo expediente”, e, na Redação Final - aí eu
acho o absurdo dos absurdos: se não tinha o verbo “responderá”, não tinha como
substituí-lo para melhorar a Redação Final -, eles substituíram “responderá”
por “assumirá”. Então, de repente, um Procurador do Município - a Dra. Mercedes
merece a mais inteira confiança, quero declarar aqui publicamente, porque
conheço a vida dela toda - não teve nenhum voto para exercer a Prefeitura. E
hoje eu posso dizer que o Procurador do passado, Sr. Rogério Favreto, como
Prefeito em exercício, que é uma aberração, modificou toda a Procuradoria por
Decreto. Então, o que eu quero é que seja como sempre foi: sério, responsável e
competente. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PELO
nº 008/05.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Srª
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, para um
tema como esse, eu tenho como referência a vontade popular; acho que nós,
assim, deveríamos tentar nos balizar para indicar a substituição do Prefeito,
mesmo temporariamente. Quando há uma eleição majoritária... Eu estava aqui
checando os dados: nós temos em torno de um milhão de eleitores, e a votação no
Prefeito que vai ser vencedor não fica abaixo de 400 mil votos. E há uma
decisão da Cidade por um projeto que o Executivo tem responsabilidade de desenvolver,
de prestar contas. Então a situação de vacância - e, nesse sentido, me
posicionei na Comissão de Educação, ela tende a ser... Claro que, em situações
permanentes, vai haver uma substituição permanente: assume o Vice, e, se os
dois não puderem permanecer à frente da Prefeitura, conforme o voto popular,
haverá um nova eleição, mas, na situação de vacância, parece-me bem a
representatividade da Presidente da Câmara.
Ver.
Dib, eu entendo e acho que opção Procuradoria do Município significa, talvez, a
pessoa que mais sintonize, uma das que mais sintonize com o Projeto eleito do
Prefeito. Eu acho ruim trabalhar com critério alguém que recebeu algum voto.
Nós aqui somos 36 Vereadores, nós somos votados não para ser Executivo; nós
fomos votados em uma parcela muito inferior ao Projeto eleito pela Cidade para
o Executivo; cada um de nós representa um conjunto de pessoas, representa a
resposta ao trabalho que desenvolve, às idéias que desenvolve; somos
extremamente legítimos, mas não para substituir o Prefeito em situações de
vacância curta. Claro que, como Câmara de Vereadores, nós somos um Poder local,
mas aí passar do Vice-Presidente, para o outro Vice, para o Secretário,
qualquer um de nós - não que a gente não seja importante -, mas nós não
estaríamos representando a instituição; passará a haver uma rotatividade para
substituir o Prefeito.
Eu
entendo que, em termos de responsabilidade com o voto da Cidade na eleição
majoritária, nós precisamos manter a Prefeitura com o Projeto ou com o Prefeito
e Vice-Prefeito eleitos. Então eu, a minha posição, Verª Maristela, é que o
Procurador do Município ou a Procuradora do Município substitua nessa
eventualidade extremamente difícil de não haver nem o Vice nem a Presidente da
Câmara para assumir, porque ele, assim como já responde pela Prefeitura,
continuará respondendo, já representa a Prefeitura em todas as situações.
Eu
diria, Ver. Sebastião Melo, que a Procuradoria do Município tem uma estatura
similar ao Poder Judiciário, comparando a substituição que faz o Poder
Judiciário no Estado e na União, e garantimos, portanto, a vontade popular na
Prefeitura. Eu acho que, passando disso, ora no mais velho, depois, lá no fim,
na Procuradora, eu acho que nós caímos num casuísmo que não tem muita
sustentação. Acho que a presidência da Casa, sim, é uma construção coletiva,
longa, de muita responsabilidade, que representa um Poder, mas, mesmo assim, é
estranho como aconteceu este ano, quando a Verª Maria Celeste foi Prefeita, e
perfeitamente poderia ser Prefeita por um dia, mas é exatamente o projeto
oposto ao que foi eleito e votado.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Verª Sofia Cavedon, V.
Exª conhece a Constituição brasileira, a nossa Constituição, que, por simetria,
é seguida pela Constituição Estadual, e que, por simetria, também a Lei
Orgânica respeita. Se V. Exª encontrar, na Constituição Federal ou na
Constituição Estadual, alguém que, sem voto, sem ser Presidente do Supremo
Tribunal Federal ou Presidente do Tribunal do Estado, que aí a Constituição
declara, no Município não há o Terceiro Poder, não há Judiciário... Então, se
encontrar simetria eu lhe dou toda a razão. Acho belíssimo o seu discurso, fico
encantado com a sua fala, mas eu gostaria que encontrasse simetria. Se V. Exª
encontrar, terá toda a razão.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Ver.
Dib, V. Exª mesmo já trouxe as duas exceções; o Presidente do Supremo e do
Tribunal de Justiça do Estado já são pessoas sem voto. Na ausência de
legislação específica, vou pela vontade da população, apesar de que a
população, tenho certeza, já se arrependeu de votar no Fogaça e votará na
Frente Popular, novamente, no ano que vem.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Apregoamos a Emenda nº 01 ao PELO nº 008/05, proposta pelo
Ver. Luiz Braz, que altera a redação da proposição, como segue: Art. 1º-...
Art. 91 -... §2 -... § 3º - No caso de impedimento de todos os membros da Mesa
Diretora, assumirá o Procurador-Geral do Município. Justificativa da Tribuna;
Ver. Luiz Braz, Líder do PSDB.
O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para
discutir o PELO nº 008/05.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª
Presidenta, Srs. Vereadores, Vereadoras, esta alteração orgânica é da nossa
autoria, e tivemos oportunidade e discutir com o Ver. João Antonio Dib em
diversas oportunidades.
Inicialmente, eu devo dizer que a Ação Direta de
Inconstitucionalidade não recebeu, e eu quero esclarecer, respaldo judicial,
não houve acolhida da Ação Direta de Inconstitucionalidade. Entendeu o Tribunal
de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul que a matéria não é inconstitucional.
Mas como é que nasce esta alteração à Lei Orgânica? Nasce de um princípio do
Direito Público. Nós temos dois campos: o campo público e o campo privado. No
Direito Privado, nós podemos fazer tudo o que a Lei não proíba. Se a Lei não
proibir no campo privado, nós podemos fazer. No Direito Público, é o contrário.
No Direito Público - e é o caso do Direito Constitucional, Direito
Administrativo -, nós só podemos fazer o que estabelece a Lei. É aí que nasce;
aí estão as origens ideológicas da alteração na Lei Orgânica. Este é o
objetivo, mas a questão é de semântica. Reiteradas vezes, insisti com o Ver.
João Antonio Dib, que é uma questão de semântica; nós entendemos que assumirá,
tem o conteúdo e responderá, até porque a leitura serena, a leitura tranqüila
do dispositivo alterado - e eu farei a leitura - deixa claro, a toda a luz, que
é uma questão de semântica. Eu pediria aos senhores Vereadores e Vereadoras que
observassem, e farei a leitura (Lê.): “Artigo 91 - Substituirá o Prefeito, no
caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no caso de vaga, o Vice-Prefeito.” Pára
aí, então. Vejam, no caso de
impedimento conjunto do Prefeito e do Vice-Prefeito, assumirá o cargo o Presidente da Câmara Municipal. “§ 2º. No caso de impedimento do
Presidente da Câmara Municipal, assumirá o Procurador-Geral do Município.”
Então, substitua-se, do ponto de vista do conteúdo - é uma questão de semântica
-, “assumirá” por “responderá”, até porque quem sucede e quem substitui é o
Vice-Prefeito. Vejam, chamo a atenção para este dado: quem sucede e substitui é
o Vice-Prefeito. No caso de impedimento conjunto do Prefeito e do
Vice-Prefeito, assumirá o cargo o Presidente da Câmara Municipal.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Elói Guimarães, Vossa
Excelência sabe o respeito que lhe tenho pelos seus conhecimentos jurídicos,
mas o Projeto apresentado por Vossa Excelência dizia exatamente o que está
dizendo agora: “responderá pelo expediente”. Agora, “assumirá” não é
“responderá”. Foi o que aconteceu no passado, eu não me incomodo...
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Ver. João
Antonio Dib, nós estamos pensando da mesma forma, e por isso sustento a questão
semântica. O “assumirá”, colocado no Projeto, é o “responderá”...
O Sr. João Antonio Dib: Não, não...
O SR. ELÓI GUIMARÃES:... Na
intenção de Vossa Excelência. Tanto é verdade que proponho que V. Exª faça uma
Emenda de Líder - e V. Exª pode fazer uma Emenda de Líder -, troque o termo
“assumirá” por “responderá”. Toda a Casa vai acompanhar Vossa Excelência, toda
a Casa acompanha V. Exª, porque é uma questão de semântica! Nós não podemos...
O Sr. João Antonio Dib: Nobre
Vereador, eu não me incomodo, com relação ao “responderá” pelo “assumirá”, eu
não me incomodo! Acho que aí é correto, e é o Projeto que V. Exª apresentou; V.
Exª é jurista e sabe que não é a mesma coisa!
O SR. ELÓI GUIMARÃES: O conteúdo é
semântico. O conteúdo de “assumirá” é “responderá”. Eu, quando falo em assumir,
neste aspecto, e assim entendemos, é “responderá”; mas, se V. Exª fizer uma
Emenda de Líder, trocando “responderá” por “assumirá”, todos vamos estabelecer.
O Ver. Brasinha me cede seu tempo? (Pausa.)
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Continuarei
para poder dar o aparte ao Ver. Luiz Braz.
O Sr. Luiz Braz: Ver. Elói Guimarães, apenas para
comunicar a V. Exª e ao Plenário: eu havia colocado uma Emenda pensando que iria resolver o problema,
mas eu acho que até complico mais, com a Emenda que coloquei, porque eu estou
reconhecendo a seqüência da Mesa, coisa que, na legislação, atualmente não é
reconhecida, ela é apenas o Presidente, e, na falta do Presidente, já a
Procuradora-Geral do Município, ou o Procurador-Geral do Município. Então, eu
estou retirando... Vou pedir para a Presidenta, por favor, para retirar a
Emenda, a fim de que esta discussão possa se alongar um pouco mais.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Eu
cumprimento V. Exª, e vou insistir com o Ver. João Antonio Dib, no sentido de
que faça uma Emenda de Líder, para que nós todos possamos subscrevê-la, porque
aí a questão semântica fica, vamos dizer assim, resolvida.
Mas,
Ver. João Antonio Dib, a Emenda de V. Exª, do ponto de vista constitucional -
com todo o respeito que tenho por V. Exª -, é uma heresia jurídica. Veja V.
Exª, investir o Vice-Presidente e o Presidente para chegar a assumir o
Executivo é uma distorção, é uma distorção do ponto de vista constitucional.
Então, nós não podemos consentir, do ponto de vista da Constituição, que isso
ocorra. O que nós temos que fazer é tentar, aqui, através de uma Emenda que V.
Exª deve fazer... Nós todos a subscreveríamos. Agora, é bom que se firme o
entendimento de que “assumirá” tem o conteúdo de “responder”, porque a leitura
atenta do dispositivo do art. 91 nos conduz a isto: quem substitui, vejam bem -
insisto neste entendimento -, quem substitui o Prefeito é o Vice-Prefeito, ele
sucede ao Prefeito, o Vice, e o substitui. O que faz o Presidente da Câmara? O
Presidente da Câmara carrega essa investidura quando assume o Legislativo, e é
por isso que ele substitui, eventualmente, o Chefe do Executivo.
Então,
é uma questão de semântica. Nós discutimos muito isso, sobre a matéria, e chamo
a atenção da Casa à memória da Casa, ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio
Grande do Sul cabe dizer o Direito. O Judiciário gaúcho já se manifestou pela
inconstitucionalidade da Ação Direta que propôs, se não me falha a memória,
Ver. João Antonio Dib; julgou inconstitucional a matéria. Mas, se o dissenso é
a semântica, nós podemos nos entender. E eu volto a apelar: Ver. João Antonio
Dib, faça uma Emenda de Líder, substitua “assumirá” por “responderá”, que eu
gostaria que V. Exª me desse o privilégio de ser o primeiro a subscrever a
referida Emenda, e aí resolveremos o nosso problema de semântica, porque não
temos nenhuma dúvida de que o conteúdo institucional e constitucional está
mantido.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Elói Guimarães, eu estou vendo que V.
Exª está fazendo o seu discurso. Eu gostaria de saber: se isso fosse aprovado,
a pessoa que assumisse a Prefeitura faria a obra da Baltazar de Oliveira
Garcia?
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Se algum
Vereador assumisse? Esta é uma discussão, Ver. Brasinha, e nós queremos ver
concretizada. Eu acredito que, pelo menos, ele se esforçaria...
O Sr. Alceu Brasinha: É que eu estou
vendo V. Exª tão intelectual aí, que eu pensei que o Vereador teria essa
sugestão para me dar, não é, Vereador?
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sim, sim, é
uma sugestão válida. Não posso perder o voto de Vossa Excelência.
Então, fica aqui a nossa manifestação no sentido de
dizer: primeiro, no passado, o que ocorria? No passado, ocorria o seguinte:
impossibilitado o Vice de assumir, impossibilitado o Presidente da Câmara de
assumir, o Prefeito, de forma aleatória, indicava quem? O Secretário da SMOV, o
Procurador-Geral do Município, o Secretário do Planejamento, que já foi
indicado, e outros Secretários eram indicados. Então, isso era colocado de
forma aleatória e não-condizente com a melhor prática jurídica, posto que o Direito
Público manda que o Administrador só pode proceder na conformidade da Lei. Se
fosse o Direito Privado, a pessoa poderia fazer o que a Lei não proibisse.
Portanto, fica aqui a nossa
manifestação e o apelo, Ver. João Antonio Dib, para uma Emenda de Vossa Excelência,
porque aí nós compomos claramente, de forma correta, do ponto de vista
jurídico. Mas eu insisto, o “assumirá”, aqui, tem conteúdo de “responderá”. E
sobre a constitucionalidade, assim entendeu o Tribunal de Justiça, quando
indeferiu a Ação Direta de Inconstitucionalidade. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para discutir o
PELO nº 008/05.
O
SR. MARCELO DANÉRIS: Srª
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; público que nos acompanha
pela TV Câmara, em especial, o Ver. João Antonio Dib, que é o proponente deste
Projeto que está em discussão, quero dizer, Ver. João Antonio Dib, que voto a
favor deste Projeto. Quero colocar algumas razões e retirar outras, porque eu
achei até que foi de uma certa grosseria, por parte da Liderança da Governança
Fogaça, acusar o seu Projeto de ser machista. Não é verdade. Primeiro, porque
temos uma Presidenta na Câmara de Vereadores, e o seu Projeto prevê que a
Presidenta da Câmara assuma a Prefeitura. Segundo, temos uma Vice-Presidenta,
que está inclusive presidindo os trabalhos desta tarde; portanto, uma segunda
mulher. E tem a Emenda que foi proposta pelo Ver. Luiz Braz - agora parece que
ele retirou, mas o Ver. João Antonio Dib vai reapresentar a Emenda -, de que a
Procuradora assuma. Então, não vamos dar esse traço de gênero no Projeto do
Ver. João Antonio Dib e principalmente acusá-lo de machista, que eu acho que é
uma grosseria que a história do Ver. João Antonio Dib não merece.
Segundo,
Ver. João Antonio Dib, se falou muito aqui na simetria. A simetria é o
seguinte: o Governo Federal é o Presidente, o Presidente do Congresso, o
Presidente da Câmara, no caso, e o Presidente do Supremo. No Estado, a mesma
coisa. No Município, nós temos dois poderes, o Poder Executivo e o Poder
Legislativo, não tem um Judiciário municipal. Portanto, a simetria possível
entre os poderes é, não podendo o Executivo, segue o Poder Legislativo. Por
assimetria, não tem problema, do ponto de vista constitucional. Não há
problema, Verª Sofia Cavedon, na lógica, o fato de assumir outro Vereador que
talvez não seja do Partido que venceu as eleições passadas, porque a
Presidência da Câmara, que é quem assume imediatamente, pode também não ser. E, no entanto, é legítimo, é
democrático e está dentro de um processo de uma representação eleitoral pelo
voto, porque a Presidência da Câmara, neste momento, a Verª Maria Celeste, é uma
representante da oposição e, por Lei, pode assumir a Prefeitura de Porto Alegre
no impedimento do Prefeito e do
Vice-Prefeito, sem nenhum problema para o processo democrático. O que o Ver.
Dib faz? Estende isso para o restante da Mesa, para que não assuma alguém que
não tenha nenhuma representação no processo eleitoral passado, que, no caso,
seria o Procurador ou o rodízio de Secretários, que também seria muito ruim.
Ver. Dib, quero propor uma outra Emenda aqui - acho
que cabe, que seja de sua autoria -, que diga que o Vereador, qualquer uma das
posições da Mesa, que assumir a Prefeitura terá que cumprir o tempo total em
que assumiu, para evitar a fórmula aqui apresentada pela Verª Clênia Maranhão,
de rodízio entre os Vereadores. Eu concordo plenamente com o Ver. Dib: a
história desta Câmara não merece, sequer, esse exemplo. Mas já que a Verª
Clênia Maranhão trouxe essa fórmula aqui para a tribuna, que a gente apresente
uma Emenda dizendo que, a partir do momento em que o Vereador, componente da
Mesa, assumiu a Prefeitura de Porto Alegre, cumpra o período total ou então se
considere impedido; não tem essa história de rodízio a partir da emenda que
corrige, a partir da emenda que corrige o Procurador, e a partir,
principalmente, da simetria constitucional que o Ver. Elói Guimarães trouxe,
que fica entre o Poder Executivo e Legislativo, que é a proposta do Ver. Dib, e
não com a Procuradoria. Respeitado o processo eleitoral passado, respeitada
aqui a composição da Mesa, e com representação de gênero, porque, neste
momento, teríamos a Presidenta da Câmara, a Vice-Presidenta da Câmara e uma
Procuradora no Município, acho que a questão de gênero estaria bem
representada, e o Projeto estaria respeitando o processo democrático da cidade
de Porto Alegre.
Quero lhe dizer, Ver. Dib, que a Bancada do Partido
dos Trabalhadores está liberada para seu voto, e este Vereador vota favorável
ao seu Projeto.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª
Presidenta, solicito a V. Exª que aguarde um minuto, pois estou encaminhando
uma Emenda.
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Pois não.
Gostaria de esclarecer ao Plenário que caso não seja adiada a discussão, hoje é
o último dia para apresentação de emendas.
O SR. LUIZ BRAZ (Requerimento): Srª
Presidenta, eu pediria adiamento da discussão do Projeto por uma Sessão, porque
daria tempo para se fazer a Emenda e até para se refletir mais a respeito de
outras emendas que poderiam entrar no Processo.
O SR. MARCELO DANÉRIS (Questão de Ordem): Eu consulto a
Mesa; pelo que eu entendo, nós só estamos hoje discutindo. Hoje é a terceira
Sessão de discussão...
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Estamos em
última Sessão de discussão, se não for pedido o adiamento da discussão.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Até o dia da
votação - a DL pode nos ajudar - podem ser apresentadas emendas. Ou elas têm
que ser apresentadas neste momento?
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Se encerrar a
discussão hoje, é hoje. A não ser que seja prorrogada a discussão.
O SR. NEREU D’AVILA (Questão de Ordem): Vereadora, o
motivo é muito simples, sendo terceira discussão, e como é alteração de Lei
Orgânica, terminada a discussão, não pode mais apresentar emendas.
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Foi o que eu
esclareci.
O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para
discutir o PELO nº 008/05, por cedência de tempo da Verª Margarete Moraes.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Ver. Dib,
voltamos à discussão para garantir a apresentação das Emendas. Como eu estava
cantando uma emenda para o Ver. Dib e retomei o debate, para que ele não se
encerrasse e pudesse ser apresentada a Emenda, falo daqui da tribuna de novo,
Ver. Dib. A Emenda necessária - acho que é necessária ainda ser apresentada - é
que o Vereador da Mesa que assumir a Prefeitura tem que cumprir o tempo total
de afastamento do Prefeito ou do Vice - entendeu? -, para que essa suposição da
Verª Clênia Maranhão não se constitua numa prática. Eu acho que a história da
Câmara de Vereadores de Porto Alegre - já disse - não mereceria nem esse
exemplo, porque não aconteceu. Mas, já que a Verª Clênia Maranhão falou, então
vamos fazer uma emenda que diga: o Vereador componente da Mesa que assumir a
Prefeitura na ausência do Prefeito e do Vice não se afastará durante todo o
período, ou então vai se declarar impedido, e vem o próximo. Não podendo nenhum
Vereador componente da Mesa, por conta das eleições, a Procuradora...
O Sr. Nereu D’Avila: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Como a matéria é importante, bem
importante, eu acho que a melhor solução - eu já havia argumentado - é o adiamento
da discussão, para não encerrar a apresentação de emendas e para não serem
apresentadas emendas açodadas. Eu penso que é uma cautela, até para amadurecer
mais a própria votação.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Está bem. Eu
consulto o Ver. Dib, para saber se ele aceita o adiamento, por uma Sessão, da
discussão, a fim de se construírem outras Emendas.
O Sr. João Antonio Dib: Eu aceito o
adiamento, se for possível adiar a discussão.
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Nós vamos
colocar em votação o adiamento, Vereador.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Então,
obrigado, Ver. Dib.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Luiz
Braz, que solicita o adiamento, por uma Sessão, da discussão do PELO nº 008/05.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 4464/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 212/05, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que
permite aos idosos, portadores de deficiência, gestantes e obesos ingressarem
no transporte coletivo pela porta traseira, sempre que os lugares reservados a
eles estiverem ocupados.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Valdir Caetano: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação da matéria;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto;
- da CEDECONDH.
Relatora Ver.ª Maria Celeste: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
incluído na Ordem do Dia em 01-03-06;
-
adiada a discussão por uma Sessão;
-
discutiram a matéria os Vereadores S.Melo, L.Braz, M.Moraes, E.Guimarães,
J.I.Heinen e C.Comassetto, em 01-08-07.
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Em discussão geral e votação o PLL nº
212/05. (Pausa.) A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLL nº
212/05.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Srª
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, parece-me uma iniciativa
muito importante. Eu escutei com atenção o debate que nós fizemos em outras
Sessões, mais do que uma, sobre o Projeto da Verª Margarete Moraes, em que os
Vereadores que têm dúvidas em aprová-lo lembram que haverá implementação da
tarifa integrada e que mudará o sistema de ingresso e saída nos ônibus, o
sistema eletrônico. Só que nós estamos esperando, Ver. Sebastião Melo, há algum
tempo, a implementação da tarifa eletrônica, do cartão eletrônico e da
integração. A Administração Popular deixou preparadas as estruturas para que
isso acontecesse. Nós esperávamos, e as promessas de campanha e as críticas na
campanha foram em relação a isso, que acontecesse de imediato. Então, eu
entendo que nós deveríamos resolver os problemas dos idosos, enquanto isso não
acontece. E depois, essa lei será adaptada ao novo sistema, porque hoje os
idosos, assim como os portadores de necessidades especiais, passam por um
constrangimento importante e perigo físico também, insegurança, porque, com o
ônibus em andamento, as pessoas ainda não têm a cultura de levantar e ceder
espaços; mesmo os assentos reservados aos idosos muitas vezes nós vemos
ocupados por outras pessoas. O espaço da frente é o espaço de saída; então
existe o conflito da entrada e da saída, com pessoas em pé, os bancos ocupados,
etc. Nós sabemos que os idosos têm carência, têm um salário até determinado
nível; nós deveríamos facilitar, para que eles tenham livre o ir e vir, para
que eles tenham esse benefício e possam usufruir. Nós temos que contornar todos
os obstáculos. Nós sabemos da enorme dificuldade que a maioria dos idosos tem
com a locomoção, com o equilíbrio, com dificuldades em firmar-se com os braços,
enxergam mal, muitas vezes, e aí se acrescentam outros problemas, além da
questão física.
Então nós precisamos facilitar. Eu entendo que
poderiam entrar pelos dois lados, pelo lado que estiver mais vazio, com mais
segurança, para poderem sentar imediatamente; isso facilita. Mesmo que essa Lei
resolva por dois meses, eu acho que ela vale a pena, Verª Margarete Moraes. Eu
acho que esta Casa não deve se omitir. Aqui, outros Vereadores trouxeram esse
tema, não é? Eu acho que nós não devemos ficar esperando uma mudança no
sistema; devemos facilitar já, e, depois, vindo a tarifa integrada, o sistema
eletrônico integrado, adapta-se, porque os ônibus, hoje, têm vários formatos, e
nós estamos expondo os nossos idosos. Nós não estaremos ampliando benefícios; é
apenas uma atenção maior que deverá ter o cobrador.
Então, sou favorável ao Projeto, parabenizo a Verª Margarete
Moraes e espero que esta Casa vote, não protele, mais uma vez, e que esse
direito seja cumprido plenamente.
Também, na semana passada, alguns Vereadores
manifestaram-se aqui indignados com uma matéria que saiu no jornal, que nos
quantifica. Muitas vezes, a Casa é olhada do ponto de vista de quantos projetos
o Vereador fez ou quantas faltas ele teve. E, muitas vezes, a gente tem que
cumprir plenamente as leis,
muito mais do que inventar novos projetos. Ora, a Verª Margarete está trazendo
uma nova lei, para que uma lei que já existe, para que um direito já
conquistado se efetive plenamente. Então o Vereador, muitas vezes, tem que
trazer um novo instrumento de lei para que uma lei seja cumprida. Não deixa de
ser uma percepção de uma deficiência da Lei ou da operacionalização dela,
porque, certamente, a Lei não explicita se os idosos, portadores de
deficiência, gestantes e obesos vão entrar na frente ou atrás. Isso deve ser,
possivelmente, a regulamentação da Lei. Então, me parece que a realidade está bem
percebida. Nós estamos em tempo de corrigir, nem que seja por um ou dois meses.
Eu não creio que seja nesse tempo, pois me parece que a tarifa integrada, Ver.
Sebastião, está anunciada para 2008. Quer dizer, nós estaríamos aliviando o
problema dos nossos idosos por seis meses. Eu acho que a Câmara tem que ter
essa atenção, e a Verª Margarete nos oportuniza isso com a sua proposta.
(Não
revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti):
Apregoamos a Emenda nº
02, de autoria dos Vereadores João Antonio Dib e Elói Guimarães, que modifica o
§ 3º da redação proposta ao PELO nº 008/05, art. 91: “§ 3º: ‘No caso de impedimento incerto de todos os
membros da Mesa, o Prefeito designará o Procurador-Geral para responder pelo
Expediente da Prefeitura’.”
O
Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLL nº 212/05, por
cedência de tempo do Ver. Dr. Raul.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Verª Maristela
Meneghetti; colegas Vereadoras e Vereadores, meu agradecimento ao meu colega
Dr. Raul pela cedência do tempo, tendo em vista que eu já discuti essa matéria
na Sessão passada. Primeiro, eu acho esse Projeto um Projeto qualificador, pois
os nossos idosos, os deficientes físicos e os obesos merecem um tratamento
qualificado de cidadania, não só nesta área. Portanto, ele é bem-vindo.
Mas
eu quero, Verª Margarete, dizer que o serviço do transporte coletivo em Porto
Alegre, considerando as capitais brasileiras, é razoável. E eu acho que isso se
deu muito em função da intervenção do primeiro Governo do Olívio Dutra. Eu acho
que houve um lado negativo - enormemente -, e a população pagou por isso,
inclusive com indenizações na Justiça, mas, por outro lado, os empresários
também se deram conta de que tinha que haver um serviço qualificado, moderno.
Há ainda ineficiência no sistema? Claro! Mas acho que nós estamos acima da
média nacional.
Um
outro aspecto que não quero deixar de discutir, aqui, neste bojo, é que acho
que Porto Alegre, meus caros Vereadores, tem que tratar da revisão das isenções
das tarifas do transporte coletivo, porque, ao fim e ao cabo, quem paga essa
conta é quem menos pode. Para o isento, a passagem pode ser o valor que for,
não há problema nenhum; quem tem um emprego formal, Presidenta, recebe o
saquinho de fichas junto com o seu ordenado, e a gente sabe, é verdade, que há
muita gente que até vende as fichas, porque falta salário durante o mês, mas,
em tese, recebe as fichas. Agora, o cidadão desempregado, o que está na
informalidade, esse tem de pagar cash. Portanto, eu acho que está na
hora de revisarmos, porque, se todos pagassem a tarifa, nós poderíamos estar
pagando R$ 1,40, R$ 1,35, e não R$ 2,00!
Bom,
do ponto de vista deste Projeto, Verª Sofia, veja o seguinte: a nossa
bilhetagem eletrônica vem sendo discutida há tempo. Não é só no Governo Fogaça;
o Governo do PT, inclusive, muitas e muitas vezes, colocou isso como tema de
debate na Cidade, dizendo que iriam garantir, iriam fazer. Não saiu. Pois bem,
a ATP, em parceria com a Prefeitura, foi ao BNDES, tendo o Banrisul como agente
financeiro, buscou o empréstimo - está em pleno andamento - e anuncia o
projeto-piloto já para outubro deste ano. Ora, se eu estou anunciando para
outubro - mas eu vou dar por conta que seja no final do ano que eu vou
modificar o sistema -, eu estarei votando uma lei que, até ir para o
sancionamento, se tornará inócua, porque o idoso não vai mais sentar só na
parte da frente. Ele vai receber um cartão eletrônico de isenção, e isto é
muito importante, porque ninguém tem que saber se alguém pagou ou não pagou.
Então,
eu acho, Verª Margarete, que o Projeto tem mérito, merece aplauso, mas ele se
torna inoportuno, porque o sistema vai mudar. E, se o sistema vai mudar, vai
incluir essa questão.
Em
relação aos obesos e às gestantes, bom, não vão passar em roleta, com ou sem
lei; não dá para eles passarem. Então, me parece, com todo o respeito, que é
inoportuno. Não é o mérito, o mérito é 100%, não vou discutir! Mas, se eu vou
resolver isso na gestão da bilhetagem eletrônica, se eu vou votar uma lei, vou
fazer confusão nisso! Então, eu não vou poder acompanhar V. Exª não pelo
mérito, porque acho excelente, mas acho inoportuno, neste momento, eu votar uma
legislação que vai ser enfrentada logo ali, com a bilhetagem eletrônica. Eu já
havia colocado isto, e vim a esta tribuna discutir mais uma vez pelo carinho e
respeito que tenho por V. Exª e para dizer que as razões não são de mérito, mas
de oportunidade. Acho que o Projeto, neste momento, se torna inoportuno pelo
que vai acontecer logo ali na frente.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver.
Sebastião Melo.
O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para
discutir o PLL nº 212/05.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos
acompanha aqui e pela TVCâmara, o Projeto da Verª Margarete Moraes resgata não
só um direito dessas pessoas idosas, deficientes, gestantes e obesos, como
também dá uma demonstração clara e precisa de que esses serviços não funcionam
muito bem na Cidade.
Se nós observarmos que nem 15% da frota dá
condições para o deficiente ter acessibilidade, nós vamos perceber que, em
algum lugar de circulação, às vezes demora duas horas para passar um coletivo
em que possa entrar um cadeirante, por exemplo. E esse cadeirante entra por
onde? Pela porta da frente ou pela porta traseira? Pela porta traseira. O
Projeto estaria oficializando exatamente uma coisa que, na maioria das vezes,
já existe. A não ser quanto ao idoso e quando ao obeso, que estão entrando pela
frente. E muitos coletivos - é só observarmos - não estão parando. Não estão
parando! Há inúmeras denúncias sobre isso! Então, estão discriminando os
idosos.
Eu acho que tinha que haver uma coisa mais
concreta, mais exigente, porque, na verdade, quem vai fiscalizar esse serviço?
De quem é a função de fiscalizar isso? Da EPTC? Ninguém está fiscalizando!
Nesse sentido, Melo, é que eu acho que este Projeto
é importante, tem seus méritos, mas eu acredito também que não só 180 mil,
porque 16% a 18% da população brasileira traz alguma deficiência. Se a grande
maioria está com a carteirinha, imaginem somando os idosos, os portadores de
deficiência, as gestantes e os obesos! Olhem o preço que nós estamos pagando
por uma passagem! Olhem toda a infra-estrutura que o Município dá para o
transporte coletivo! Ou são os donos, os empresários do transporte coletivo que
fazem esse trajeto? Nós é que estamos pagando. As empresas estão ganhando uma
coisa pronta e não estão se preocupando com as poucas leis que nós fizemos em
relação ao usuário.
Eu acredito que isenções futuras poderão até não
existir, mas, no mínimo, as que já existem são de extrema importância; agora,
tem que entrar, sim, o que é de direito e garantia de todos os passageiros, no
ônibus que passar, seja pela porta da frente ou pela de trás! O Projeto da Verª
Margarete tem seus méritos, porque, se nós observarmos, a acessibilidade dos
ônibus é na traseira, e não na frente.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Aldacir Oliboni, eu já
calculei tarifa em Porto Alegre muitas vezes e não posso ouvir silente V. Exª,
porque estaria concordando com Vossa Excelência. Quero apenas dizer que, em
matéria de cálculo de tarifa, V. Exª está muito mal-informado.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Está muito
cara! Está muito cara! Nós temos informações de que muitos trabalhadores não
têm condições de pagar passagem para procurar emprego. A passagem do transporte
coletivo de Porto Alegre está muito cara! E é exatamente por causa disso...
O Sr. Sebastião Melo: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exª traz à baila uma boa discussão,
mas, se os Governos querem enfrentar esta matéria, primeiro, o Governo Federal
tem que ter uma política de transporte coletivo para os grandes centros, porque
os grandes tributos são federais. E eu sou defensor inarredável de que, para o
transporte coletivo, tem que haver subsídio, ou seja, tem que haver isenções de
impostos da gasolina, de todos os insumos e diminuir as isenções, porque “não
tem almoço de graça”; o Município que não tem dinheiro para pagar consulta
médica não tem como botar dinheiro no Orçamento para subsidiar transporte
coletivo. Então, eu tenho que enfrentar isso de outra forma. Agora, se tem
problema de fiscalização, acho que V. Exª tem toda a razão: vamos ter que
cobrar da EPTC.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Não tem fiscalização e não tem projeto futuro para
metrô nenhum, para o que poderiam entrar recursos federais.
O
Sr. Alceu Brasinha: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Oliboni, eu achei
importante a sua fala, mas quero dizer para o senhor que ser empresário é
difícil, meu irmão! Tente o senhor ser empresário; pagar a lei social de um
funcionário é a coisa mais impossível.
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Eu
acredito que o transporte coletivo em Porto Alegre não dê prejuízo, pode-se
perceber isso pelo exemplo da CARRIS, que é uma empresa pública que não é
deficitária, está muito bem, muito obrigado, e, a cada ano, adquire uma nova
frota.
O
Sr. Claudio Sebenelo: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, agora eu fiquei
preocupado com o colega Ver. Brasinha, que é empresário e que tem esse problema
grave do vale-transporte. Mas, por favor, enquanto ele estiver assim,
satisfeito da vida, risonho, acho que o problema está com o trabalhador, e não
com o empresário. Acho que tem que pagar o vale-transporte, sim.
O
SR. ALDACIR OLIBONI: E o
vale-transporte, Ver. Brasinha, para o pequeno empresário, também está se
tornando caro. Então, quem é que está ganhando? Muito obrigado, e vamos votar a
favor do Projeto da Verª Margarete Moraes.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Aldacir Oliboni.
Encerrada a discussão. Em votação o PLL
nº 212/05. (Pausa.) A Verª Margarete Moraes está com a palavra para encaminhar,
como autora, a votação do PLL nº 212/05.
A
SRA. MARGARETE MORAES: Querida
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Vereadoras e Vereadores; senhoras e
senhores; Ver. Sebastião Melo, com todo o respeito que eu tenho por V. Exª, eu
tenho certeza de que não é coerente, não é justo e não é sincero não aprovar um
Projeto, porque a realidade pode mudar, e este Projeto pode se efetivar. Se for
para melhorar com a bilhetagem eletrônica - melhor, impossível. Nós não sabemos
com precisão as regras, qual vai ser o rumo da bilhetagem eletrônica, o que vai
nortear isso. Agora, se contempla este Projeto, ou se não contempla, esta Lei
poderá ser mantida nas duas situações. Portanto, eu peço que V. Exª mude a sua
posição e que vote favoravelmente, que reveja essa posição.
Ver.
José Ismael Heinen, eu ouvi com muita precisão, muita atenção a sua discussão
na semana passada, e acho que só quem depende do ônibus sabe do incômodo, do
desconforto que as pessoas mais velhas, que os idosos sofrem quando ficam
amontoados na parte da frente do ônibus; e, pior ainda, tendo lugar atrás.
Havendo lugar atrás, Ver. Ervino Besson, eles ficam amontoados na parte da
frente do ônibus. Por que adiar? Por que adiar este Projeto que tramita desde
2005? E isso não é nenhuma novidade, nem para o Governo, e nem para os
empresários. Há uma Resolução, a qual a EPTC assinou, a Prefeitura de Porto
Alegre, junto com a 1ª Promotoria de Defesa da Comunidade e da Cidadania, que
favorece essa autorização para pessoas com deficiência, os idosos, os
rodoviários - desde que estejam uniformizados -, as gestantes e os obesos.
Inclusive, abrindo aspas: ”na presença do fiscal da empresa operadora do
sistema ou do agente de fiscalização de trânsito e transporte”. Então, isso é
uma conseqüência de um termo de compromisso firmado entre o Governo e a 1ª
Promotoria de Defesa da Comunidade e da Cidadania. Infelizmente, isso não foi
efetivado; então, as pessoas que têm necessidades especiais, as pessoas que
sofrem discriminação cultural, ainda, da sociedade, aqueles que mais precisam
ficam amontoados na frente dos ônibus. Pergunto: quem vai fiscalizar? É óbvio,
é uma prerrogativa da EPTC, que terá que trabalhar mais, e das empresas que
operam esse sistema; nada de mais. Isso é um direito constitucional - Ver.
Sebastião Melo, V. Exª, que é advogado; eu gostaria que ouvisse - que está
sendo negado para os idosos, em Porto Alegre; é o direito de utilizar o
transporte gratuito, é o livre acesso ao transporte. No Direito, não está
escrito se deve sentar na parte da frente ou na de trás do ônibus. É evidente
que virou um costume cultural da nossa Cidade; e essa medida de sentar na parte
da frente foi tomada, exatamente, para facilitar a efetivação desse direito. Antigamente,
havia um espaço maior na parte da frente, porque o cobrador ficava mais no
meio. Por razões de segurança, que nós compreendemos, o cobrador foi colocado
mais perto do motorista; portanto, diminuindo o espaço da frente para essas
pessoas que mais precisam. O ingresso, antigamente, era feito pela porta de
trás; agora o procedimento foi mudado, e não mudou o espaço. Nós, aqui na
Câmara, temos um regulamento, um Regimento que nós mudamos e aperfeiçoamos
todos os anos. A vida muda, e as leis têm que ir atrás. Então, a Cidade se
movimenta, tudo muda, e nós temos que acompanhar. Quero repetir mais uma vez, é
muito simples: é um direito, um direito de gratuidade que está sendo negado.
Por fim, quero dizer que já tive muitos Projetos
reprovados, nesta Casa, ou pela maioria dos Vereadores ou com o Veto do
Prefeito José Fogaça. E fico muito triste porque acho que apresento belos
Projetos, com muita seriedade; e aí todos que negam o meu Projeto dizem que têm
muito respeito por mim, muito carinho, que aplaudem as minhas idéias, que
acreditam no mérito dos meus Projetos, acreditam na boa intenção e sabem que
são simples de operar - pois não trazem mais isenções, Ver. Sebenelo. Somos
contra novas isenções, creio até que algumas das atuais deveriam ser revistas.
São razões alheias à minha compreensão. O Projeto é bom, eu sou uma pessoa
séria, trago boas idéias, mas reprovam. Então, por que reprovam? Não consigo
entender isso!
Eu quero fazer um apelo, pela primeira vez, no
sentido de que todos os Vereadores e Vereadoras se atenham à questão de mérito,
analisem o Projeto. Este Projeto propõe que os idosos possam entrar e sentar no
lugar que houver dentro do ônibus, pode ser na frente, pode ser atrás, para que
eles tenham, de fato, conforto e sejam bem tratados pelo Executivo, pelo
Legislativo e pelas empresas desta Cidade. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Verª
Margarete Moraes.
Em votação nominal, solicitada por esta
Presidência, o PLL nº 212/05.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 14 votos SIM e
05 NÃO.
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 3695/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 111/05, de autoria do Ver. João
Antonio Dib, que revoga o § 1º do art. 218 e o art. 227-C da Resolução
Nº 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores (Regimento da Câmara
Municipal de Porto Alegre).
(subsídios/Vereador em cargo no Poder Executivo)
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto (Empatado);
- da CEFOR.
Relatora Ver.ª Maristela Meneghetti: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Carlos Comassetto: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Haroldo de Souza: pela
aprovação do Projeto;
- da CEDECONDH.
Relator Ver. Raul Carrion: pela
aprovação do Projeto;
- da COSMAM.
Relator Ver. João Carlos Nedel:
pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
votação nos termos do art. 126 do regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia em 15-05-06;
-
adiada a votação por uma Sessão.
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Em votação o PR n° 111/05. (Pausa.) Não
há quem queira encaminhar. Em votação nominal, solicitada por esta Presidência,
o PR nº 111/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Havendo apenas 13
Vereadores, não há quórum.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Srª
Presidenta, eu solicito que V. Exª cite o nome dos Vereadores que estão
presentes.
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Estão presentes: esta Vereadora, presidindo os trabalhos; a
Verª Neuza Canabarro, o Ver. Dr. Raul, o Ver. Haroldo de Souza, o Ver. João
Antonio Dib, o Ver. Adeli Sell, o Ver. Carlos Comassetto, o Ver. Carlos
Todeschini, o Ver. Guilherme Barbosa, a Verª Margarete Moraes, a Verª Sofia
Cavedon, o Ver. Alceu Brasinha e a Verª Maria Luiza.
O
SR. MARIO FRAGA: Só para
registrar a minha presença, eu não consegui votar, mas estou presente.
A
SRA. MARISTELA MENEGHETTI: Não
cabe, é anti-regimental, Vereador.
Convidamos
a todos para, logo a seguir, participarem da Audiência Pública.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h33min.)
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